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Deputada registra ocorrência na polícia após ameaça de morte e insultos racistas

Mensagem diz que Talíria Petrone 'vai ficar furada como Marielle' caso não abandone a política; parlamentar classificou e-mail como 'tentativa de intimidação'

30 jul 2024 - 16h21
(atualizado às 17h21)
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Deputada Talíria Petrone registra boletim de ocorrência após ser alvo de ameaças de morte e insultos racistas e misóginos
Deputada Talíria Petrone registra boletim de ocorrência após ser alvo de ameaças de morte e insultos racistas e misóginos
Foto: Divulgação/Joy Dornelles / Estadão

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), pré-candidata à prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, registrou um boletim de ocorrência na tarde desta terça-feira, 30, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio, após ser ameaçada de morte e receber mensagens de teor misógino e racista via e-mail institucional.

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As ameaças foram enviadas ao e-mail institucional de Talíria na Câmara dos Deputados na sexta-feira, 26. A equipe da deputada tomou conhecimento do conteúdo na segunda-feira, 29, e procurou as autoridades nesta terça. A parlamentar registrou um boletim de ocorrência, vai se reunir com representantes do Ministério Público Federal (MPF) e com o chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Vinícius Amim Fernandes, para tratar sobre o caso. O Estadão procurou a polícia e aguarda um retorno.

"A minha assessoria me informou sobre uma grave ameaça por conta da minha atuação política que chegou nos nossos e-mails institucionais. É realmente muito impactante. O criminoso disse, textualmente, Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada e a sua candidatura à prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar. Ele cita o endereço do meu gabinete, detalhes da minha rotina, da nossa pré-campanha à prefeita e, como se não bastasse, cita nominalmente cada um dos meus filhos", informou pelas redes sociais.

Em um dos trechos da ameaça, o criminoso cita dados pessoais da deputada e faz insultos racistas contra a parlamentar. "Talíria Petrone sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de ninho de passarinho, favelada! Enquanto você ganha um salário de deputada apenas por ser uma macaca, eu estou desempregado. Eu juro que se você não renunciar a seu mandato de deputada e a sua candidatura a prefeita de Niterói e abandonar a política vou comprar uma pistola 9mm no Morro do Engenho aqui no Rio de Janeiro e vou te matar", diz o e-mail.

"Talíria Petrone, trate de renunciar a seu mandato de deputada e a sua candidatura a prefeita de Niterói

e abandonar a política ou você vai ficar furada como Marielle", afirma outro trecho do e-mail, em referência à ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

Ao Estadão, a deputada contou, após deixar a delegacia, que, por conta das ameaças reiteradas, precisa se locomover com veículos blindados e com escolta parlamentar. "Eu entendo que a gente tem que ter paz na política. A divergência é parte da política, deve ser celebrada, mas a violência não cabe na política. Infelizmente, muitas de nós têm vivenciado ameaças inadmissíveis. Eu, infelizmente, ando de carro blindado e escolta parlamentar. Não vou deixar essa tentativa de intimidação me tirar do jogo político e das tarefas políticas que eu me coloquei para o próximo período", afirmou.

Parlamentar já foi vítima de ameaça em 2019

Não é a primeira vez que a deputada é vítima de ameaças. Em 2019, a Polícia Federal obteve informações de conversas captadas na chamada dark web, segundo as quais um plano contra a parlamentar estaria sendo elaborado desde 2018. Talíria passou a ser acompanhando por agentes da Polícia Legislativa em Brasília como uma medida de prevenção.

Segundo Talíria, as ameaças são "uma tentativa de intimidação e desestabilização" diante do processo eleitoral que se avizinha. "É uma tentativa de intimidação e desestabilização para que a gente não chegue ao processo eleitoral com toda a força que estamos acumulando nos últimos anos. Não não vai ter recuo", afirmou.

Estadão
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