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Dia do Orgulho Lésbico: Ato no Museu Judaico celebra legado da ativista Rosely Roth

Rosely, uma das articuladoras do levante do Ferro’s Bar, foi a 1ª lésbica a falar abertamente sobre sexualidade na televisão brasileira

19 ago 2022 - 05h00
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Judia, Rosely Roth (1959-1990) foi uma militante lésbica feminista, com papel fundamental na origem da organização do movimento LGBTQIA+ no Brasil.
Judia, Rosely Roth (1959-1990) foi uma militante lésbica feminista, com papel fundamental na origem da organização do movimento LGBTQIA+ no Brasil.
Foto: Reprodução

Hoje, 19 de agosto, Dia do Orgulho Lésbico, acontecerá o evento “Em memória de Rosely Roth: lesbianidade e resistência”, no Museu Judaico de São Paulo, para homenagear a ativista Rosely Roth, ícone do ativismo lésbico no Brasil.

O evento é uma parceria entre o Gaavah, coletivo LGBTQIA+ do Instituto Brasil-Israel, o Museu Judaico de São Paulo, o Cine Sapatão e Arquivo Lésbico Brasileiro.

Judia, Rosely Roth (1959-1990) foi uma militante lésbica feminista, com papel fundamental na origem da organização do movimento LGBTQIA+ no Brasil, quando o país passava pela transição democrática, após a ditadura militar.

No mesmo dia 19 de agosto, em 1983, a ativista foi uma das principais articuladoras do levante do Ferro’s Bar, conhecido como “nosso pequeno Stonewall” – este é o motivo para que a data seja conhecida como Dia do Orgulho Lésbico.

“Esse evento é importante porque estamos fazendo o resgate da memória de uma pessoa que teve um papel único na história recente desse país, embora seja pouco conhecida. Ela é uma figura muito especial, que desperta paixão e admiração. Seu carisma atravessou a geração, apesar de sua morte precoce”, afirma Daniela Wainer, do Gaavah, coletivo LGBTQIA+ do Instituto Brasil-Israel.

Rosely integrava o coletivo GALF (Grupo de Ação Lésbica Feminista) e foi a primeira lésbica a falar abertamente sobre sexualidade e identidade na televisão, em 1985, no programa da apresentadora Hebe Camargo.

“Muitas pessoas acham que mulheres lésbicas não são mulheres. Eu sou (lésbica) e me sinto mulher, acham que é um terceiro sexo, uma marciana. Acho isso importante, porque quando a gente pensa que se é mulher, coloca-se um estilo de vida lésbico para qualquer mulher”, disse Rosely na ocasião, quanto também respondeu comentários preconceituosos.

“Estamos tentando aliviar as mulheres da culpa e da vergonha. A repressão que a gente sofre, o policiamento, que faz mal”, declarou.

Fernanda Elias, membra do Cine Sapatão, exaltou a coragem da ativista no programa e em toda a trajetória pela visibilidade lésbica. “Rosely Roth teve a coragem de ir ao programa da Hebe Camargo para debater o tema da lesbianidade quando o tabu obrigava muitas mulheres a se esconderem até de si mesmas, colaborou na articulação de diferentes pessoas e grupos que resultou em uma proposta de artigo, apresentado à Constituinte de 1987, pela livre expressão da sexualidade.”

Nesta data, quando se comemoram 39 anos do levante, o Museu Judaico de São Paulo, localizado em frente ao antigo Ferro’s, se une ao Gaavah, CineSapatão e Arquivo Lésbico Brasileiro para convidar a todos para uma homenagem a esta importante ativista: “Em memória de Rosely Roth: lesbianidade e resistência”.

Em memória de Rosely Roth: lesbianidade e resistência.

Foto: Divulgação

Local: Museu Judaico de São Paulo, Rua Martinho Prado, 128 – Bela Vista, São Paulo

Data: 19 de agosto, Sexta às 18h30

Com informações de assessoria

Entrada gratuita com retirada de ingresso no Sympla

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