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'Discriminação hedionda': Senado debate políticas para população negra com deficiência

O debate presidido pelo senador Paulo Paim (PT-RS) com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, discutiu meios de construir uma sociedade antirracista e anticapacistista Texto: Giovanne Ramos | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

19 set 2023 - 16h50
(atualizado às 18h11)
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a imagem mostra duas pessoas sentadas, em uma audiência sobre pessoas negras com deficiência. A primeira pessoa é Paulo Paim, um homem negro, com cabelo e barba grisalha, usando óculos e um terno. A mulher, ao seu lado, é Anielle Franco. Ela é negra, com cabelos cacheados e usa um vestido azul.
a imagem mostra duas pessoas sentadas, em uma audiência sobre pessoas negras com deficiência. A primeira pessoa é Paulo Paim, um homem negro, com cabelo e barba grisalha, usando óculos e um terno. A mulher, ao seu lado, é Anielle Franco. Ela é negra, com cabelos cacheados e usa um vestido azul.
Foto: Alma Preta

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado conduziu, na segunda-feira (18), uma audiência pública para debater o tema "Vidas Negras Importam". A reunião, que contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi realizada em resposta a um requerimento (REQ 21/2023) do presidente da comissão, o senador Paulo Paim (PT-RS), que também dirigiu o debate.

O tema da audiência faz referência a um movimento criado para lutar por uma sociedade antirracista e anticapacitista, através de políticas públicas de proteção e respeito aos grupos minoritários, com destaque para as pessoas pretas com deficiência. O mesmo movimento entregou ao presidente da comissão um relatório com dados sobre quilombolas, indígenas, população em situação de rua e outros grupos marginalizados.

"Precisamos debater a temática para melhor implementar as políticas públicas. Trata-se de uma discriminação mais hedionda ainda", afirmou o senador durante a audiência.

A ministra Anielle Franco defendeu a política de cotas como uma forma de ampliar a democracia, combater os preconceitos e aumentar o acesso à educação e ao trabalho. 

"Nossa missão é tão grande e tão transversal! Só vamos melhorar se trabalharmos coletivamente. Há ainda muito a corrigir para superar essas desigualdades", declarou a ministra, que revelou ter procurado firmar parcerias para trabalhar iniciativas voltadas à população preta e com deficiência.

A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos, Anna Paula Feminella, denunciou como grupos como negros e deficientes têm sido, historicamente, silenciados.

"O racismo e o capacitismo ampliam as desigualdades sociais. Para enfrentar essa série de questões, estamos nos colocando à disposição para ações de reparação", ressaltou em reunião a secretária, que é cadeirante.

O requerimento do senador Paulo Paim apresenta sugestões de políticas públicas ao governo brasileiro, recomendadas pelo movimento Vidas Negras com Deficiência Importam. Entre elas, a garantia de coleta e distribuição de dados demográficos desagregados que incluam deficiência, gênero, cor, e autoidentificação quilombola ou indígena no censo nacional e em pesquisas para áreas-chave de desigualdade.

As áreas citadas pelo documento são as da educação, saúde, emprego, bem-estar social, sem-teto, sistema de justiça criminal, violência policial e habitação e saneamento.

Alma Preta
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