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DNA dos exames feitos na denunciante é compatível com o de Daniel Alves, dizem peritos em julgamento

Médicos afirmam que suposta vitima não teve lesões intravaginais, mas ressaltam ser impossível afirmar que não houve penetração; psicóloga cita 'estresse pós-traumático'

7 fev 2024 - 15h03
(atualizado às 15h40)
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Daniel Alves está preso preventivamente há cerca de um ano sob a acusação de estupro
Daniel Alves está preso preventivamente há cerca de um ano sob a acusação de estupro
Foto: Alex Silva / Estadão

Os peritos que atenderam a mulher que acusa Daniel Alves de estupro confirmaram que o DNA coletado nos exames da denunciante são compatíveis com o do jogador brasileiro. Segundo jornal Marca, eles afirmam que não houve lesões intravaginais, mas ressaltam que isso não significa que não houve penetração. "Estamos acostumados a ver casos de violência em que não há lesões físicas. Cerca de 70% das mulheres que procuram o serviço deste hospital não apresentam lesões vaginais", disse um dos médicos ouvidos no julgamento.

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Um dos peritos explicou que não houve ejaculação e amostra poderia ser esmegma, secreção que contém "muito mais carga genética" do que saliva. A amostra foi extraída três horas depois do ocorrido e a denunciante relatou dor intensa ao urinar. Também não foram encontrados ferimentos em outras partes do corpo da mulher que acusa Daniel Alves. "A ausência até mesmo de inchaço (na região íntima) me faz pensar que a relação sexual não foi tão traumática", disse.

Outro perito afirma que a denunciante aparentou medo ao chegar no hospital para ser examinada. "Vi uma garota coerente, que explicava as coisas como havia vivenciado. Ela explicou que ele lhe deu beijos no pescoço e depois tentou sair e não pôde". Ao serem questionados sobre as escoriações nos joelhos da mulher, os médicos afirmam que pode ter sido causado por uma queda ou por contato com uma superfície áspera.

Uma psicóloga forense afirmou que a mulher não apresentou indicadores suspeitos de que estaria "simulando" ou "exagerando" em sua declaração. A profissional disse ainda que a denunciante apresentou sintomas de estresse pós-traumático, como alterações do sono e estado emocional abalado. "Ficava muito nervosa quando escutava (alguém) falando português", disse.

Daniel Alves está preso preventivamente há cerca de um ano sob a acusação de estupro. Ele alega inocência e afirma que a relação foi consensual. Ele prestaria depoimento na segunda-feira, mas a juíza atendeu ao pedido da defesa para ele ser ouvido depois da mulher que o acusa, testemunhas e peritos. A expectativa é de que ele seja ouvido nesta quarta-feira.

O jogador mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga do país. De acordo com o jornal espanhol Marca, o prazo para a decisão sobre o caso é de até 20 dias após os depoimentos.

O Tribunal de Barcelona rejeitou pedido do Ministério Público da Espanha para que a audiência fosse realizada com portas fechadas. As sessões acontecem de forma aberta, com a presença da imprensa em sala à parte, mas captações de áudio e imagem estão vetadas.

A mulher que denunciou Daniel Alves teve a identidade preservada e realizou o depoimento na segunda-feira, protegida por um biombo para que não tivesse contato visual com o jogador. A imagem dela foi reproduzida em vídeo para os presentes, com a imagem e voz distorcidas. A medida visou proteger a identidade da denunciante. Sua versão durou cerca de 1h30 e ela reafirmou ter sido violentada pelo atleta.

Na segunda sessão, terça-feira, foram ouvidos três amigos do jogador que estavam na boate. Joana Sanz, mulher de Daniel Alves, também depôs. A versão dela, dos amigos e do gerente mencionam o estado de embriaguez do jogador no dia do caso. Além deles, um sócio da boate foi ouvido e chegou a dizer que a mulher confessou a ele que entrou no banheiro da boate de maneira voluntária, mas foi impedida de sair depois.

A pena para este tipo de crime é de até 12 anos de reclusão, mas o Ministério Público pede nove anos de prisão. A tendência, contudo, é que o brasileiro, se condenado, permaneça recluso por no máximo seis. Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil).

Estadão
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