Drag queen: entenda o que é e se conceito está ligado a questões de gênero
O movimento drag queen é uma manifestação artística e política que rompe com os padrões de gênero e desconstrói estereótipos. Saiba mais
De maneira resumida, uma drag queen é uma espécie de persona, criada por uma pessoa que se veste de uma maneira dramática, com um toque de exagero, muitas vezes exibindo características femininas, como maquiagens bem elaboradas e perucas, por exemplo.
Você já ouviu falar em drag queen? Se há uma arte que resiste e rompe barreiras normativas impostas pela sociedade, é a arte drag. Nela, é possível manifestar artisticamente o feminino, ao mesmo tempo em que se rompe com o binarismo de gênero, trazendo o que dentro desse universo é chamado de “montação”, com maquiagens, penteados e roupas em uma performance impactante.
Cada passo dado acaba sendo uma afirmação de identidade, criatividade e autoexpressão. Cada drag se reinventa, muitas vezes, a partir do zero, criando personas únicas que encantam e inspiram. Tudo isso, além de artístico, torna essa manifestação também política.
Afinal, além de entreter, as drag queens desempenham um papel crucial na quebra de estereótipos e na promoção da aceitação e inclusão. Ao desafiar as noções convencionais de gênero e beleza, incentivando as pessoas a se expressarem livremente.
O que é drag queen?
As drag queens são figuras importantes dentro da comunidade LGBTQIAPN+, conhecidas por suas performances extravagantes, maquiagem vibrante e estilo único.
De maneira resumida, uma drag queen é uma espécie de persona, criada por uma pessoa que se veste de uma maneira dramática, com um toque de exagero, muitas vezes exibindo características femininas, como maquiagens bem elaboradas e perucas, por exemplo.
Essas são as características que acabam marcando uma drag queen, mas vai além disso: é também uma forma de expressão artística e uma maneira de desafiar normas de gênero e expectativas sociais.
As performances de drag queens são verdadeiros espetáculos de criatividade, e muitas vezes incluem dublagens, dança, comédia e dramatização. Cada performance reflete a personalidade e estilo de cada drag.
Cada uma possui uma essência que acaba sendo refletida em sua caracterização, na performance e na própria narrativa construída. Entender toda essa diversificação no movimento é importante. Nos últimos tempos, com a criação de séries e outros materiais que falam sobre o movimento, a visibilidade drag aumentou e tem se fortalecido.
Além disso, cantoras como Gloria Groove e Pabllo Vittar têm trazido a discussão para a mídia e para o mercado musical.
Drag queen e gênero: tem alguma relação?
Por mais que a arte drag seja bastante representativa para a comunidade LGBTQIAPN+, ser drag queen não está diretamente ligado a identidades de gênero ou orientação sexual.
É necessário compreender que ser uma drag queen não determina a identidade de gênero de uma pessoa, podendo ser cisgênero, transgênero ou até mesmo não-binária.
Essa arte é uma forma de expressão, não uma definição de identidade, por isso a maioria das performances desafiam as normas de gênero, subvertendo-as de maneiras criativas e até mesmo provocativas.
Inclusive, um ponto que gera bastante dúvida é se apenas homens podem ser drag queen ou se mulheres também podem fazer parte desse universo. A resposta é que mulheres não só podem fazer parte, como o número de drags mulheres tem crescido aqui no Brasil.
Por mais que seja comum associar o termo a homens vestidos como mulheres performáticas, essa não é a realidade. Mesmo sendo um universo mais masculino, a presença de mulheres drag queens convida a sociedade a repensar o que entende como feminilidade e suas atribuições.
Essas performances não devem ser vistas apenas como entretenimento, mas também como uma forma de se posicionar politicamente e questionar as noções preestabelecidas de masculinidade e feminilidade, convidando o público a refletir sobre suas próprias percepções de gênero.
Como o movimento drag queen nasceu?
Se você assistiu à série POSE, pode ter entendido um pouco mais sobre a cultura drag e sua importância na comunidade LGBTQIAPN+. O movimento drag queen ganhou força nos clubes noturnos de Nova York, nos EUA, durante os anos 1960, em um período onde a comunidade sofria intensa perseguição e discriminação.
Os clubes noturnos, também conhecidos como bailes, ofereciam refúgio e um espaço seguro para performances artísticas. Foi nesse contexto que artistas como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera emergiram como figuras pioneiras do movimento drag queen.
Com o passar dos anos, o movimento drag queen evoluiu para além dos clubes noturnos, influenciando a moda, a música e a cultura pop como um todo. Programas de televisão como “RuPaul 's Drag Race” trazem para o centro da indústria do audiovisual todo esse universo, ampliando sua visibilidade e a representatividade.
Qual a importância do movimento drag queen nos dias atuais?
Além de toda a luta histórica e a participação efetiva contra a marginalização dos corpos LGBTQIAPN+, o movimento drag queen acaba sendo uma forma de expressar a identidade, de forma artística e política, permitindo que muitas pessoas se autodescubram ao criar personagens extravagantes como as drags.
Por meio de suas performances ousadas e muitas vezes subversivas, a cultura drag desafia estereótipos de beleza e comportamento promovendo uma visão mais ampla e inclusiva do que é a sociedade.
Ao se montar e trazer cada drag queen para o mundo, cada artista também está inspirando que outras pessoas se sintam acolhidas em suas próprias identidades, além de reafirmar que mesmo que exista um padrão social, ele deve ser questionado.
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