Embaixador brasileiro no Mali é denunciado por “atos de caráter escravocrata”
Itamaraty, no entanto, não desligou o embaixador e optou por assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta
Funcionários da Embaixada do Brasil no Mali, na África, denunciaram o embaixador Carlos Eduardo de Ribas Guedes por assédio moral, com práticas e “atos de caráter escravocrata”.
Por meio de um documento enviado ao MInistério do Trabalho e duas outras autoridades do Mali, no último dia 9 de fevereiro, funcionarios afirmaram que “efetivamente, há dois anos, os funcionários são vítimas de assédio, de gestos e propostas desumanas, degradantes, que ferem a honra e a dignidade e atos de caráter escravocrata”.
Dentre as práticas do embaixador denunciadas estavam ordem para que dois empregados da residência se ajoelhassem diante dele, chamar uma funcionária de puta e impedimento de que um funcionário levasse a esposa grávida ao hospital e um outro de ajudar a filha doente que estava internada e acabou falecendo.
O documento afirma ainda que “o governo brasileiro tendo sido informado sobre essa situação despachou uma missão de inspeção a Bamako [capital do Mali] para ouvir todos os funcionários da embaixada, incluindo dois do ministério brasileiro das relações exteriores” e que “um procedimento administrativo disciplinar foi aberto em novembro de 2022 por aquele [Ministério das Relações Exteriores], logo depois da missão de outubro, que ouviu os testemunhos de certas pessoas entra nós por meio de videoconferência”.
O Itamaraty decidiu não expulsar o embaixador, e optou pela assinatura deTermo de Ajustamento de Conduta, cujo extrato foi publicado no Diário Oficial da União na sexta-feira (10).