Enforcado por seguranças, jornalista denuncia racismo no Rock In Rio
Marcelo Manso afirma que foi acusado de roubar o próprio celular; festival nega o ocorrido
O sonho do Rock In Rio para o jornalista Marcelo Manso, de 36 anos, se transformou em um pesadelo. Após sair do festival, na madrugada de segunda-feira, 5, Manso fez um boletim de ocorrência no Rio de Janeiro contra a produção do Rock In Rio, afirmando ter sido agredido fisicamente e sofrido racismo.
O jornalista cobria os shows da Cidade do Rock para o seu portal de notícias independente, o Mais Brasil. Ao fim da apresentação do cantor João Gomes, no domingo, 5, Manso conta ter sido impedido de sair por onde havia entrado. Enquanto a equipe apontava um outro caminho, um homem teria o abordado e o acusado de furtar cervejas e, também, o próprio celular que tinha em mãos.
Ele diz ter filmado a discussão, mas acabou sendo imobilizado pelo segurança com um mata leão. Tudo teria acontecido na Arena Itaú Tik Tok.
"Eu não conseguia respirar. Eles pediam que eu desbloqueasse o celular para apagarem o registro, e eu não conseguia, estava sufocando. Eles disseram: ‘é claro que você não vai conseguir desbloquear, você não tem condições de comprar um celular desses, você roubou’", relembra Manso, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Ao notar que poderia desmaiar, o jornalista decidiu entregar o aparelho. Segundo ele, os agressores apagaram todas as evidências e suas credenciais foram retiradas.
Maneiro, a gente vem trabalhar no Rock in Rio, sofre RACISMO, é acusado de roubar o próprio celular, leva um MATA-LEÃO, é AMEAÇADO DE MORTE e ainda tem a credencial retirada para o meio de acesso aos outros dias do evento. Muito bom, nota 0! pic.twitter.com/pMA8tx7QFq
— Marcelo Manso 🏳️🌈 ★ (@marceloporaqui) September 5, 2022
Em nota, o Rock In Rio afirmou que o jornalista “precisou ser retirado pela equipe de produção de uma área restrita de backstage porque ele invadiu e tentou entrar no contêiner de um dos diretores de palco”.
O caso deve ser investigado pela 42º Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde o boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal, segundo informações da Folha de S. Paulo.