Entenda quais são as versões sobre a morte de cigana de 14 anos
Caso segue sob a investigação da Polícia Civil; família acredita que marido da vítima, também de 14 anos, tenha a matado por vingança
A cigana Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi morta a tiros em Guaratinga, na Bahia. Para a família dela, o principal suspeito pelo crime é o marido da adolescente, um rapaz também de 14 anos com quem ela estava casada há apenas dois meses. Ele fugiu logo após a morte da vítima.
A Polícia Civil trabalha para elucidar o caso e encontrar o marido da vítima e a família dele. A morte é investigada como feminicídio.
Confira quais versões foram dadas até agora sobre a morte de Hyara:
Família não acredita em tiro acidental
Ao Terra, a advogada Janaína Panhossi, que representa a família da vítima, afirmou que pai e familiares de Hyara não acreditam em tiro acidental.
De acordo com a advogada, ainda não é possível dizer ao certo como o crime aconteceu. O que se sabe é que Hyara levou um tiro no rosto enquanto estava na casa em que morava com o marido - que terá o nome preservado por ser menor de idade -, com quem se casou há cerca de 40 dias. Ele também tem 14 anos.
Janaína explica que o casamento foi uma cerimônia simbólica, da cultura cigana. Os dois não eram casados no civil, apesar de já morarem juntos e viverem como tal. A casa de Hyara e do marido era conjugada, e abrigava também a família dele. Todos fugiram logo após o crime.
"O que causou estranheza é que eles não ficaram nem para prestar socorro", disse Janaína, ao explicar porque a família não acredita na hipótese de que o tiro tenha sido acidental.
Suspeita de marido de Hyara
A principal suspeita dos familiares da adolescente é a de que o próprio marido dela teria efetuado os disparos que a mataram.
À TV Globo, o delegado Moisés Damasceno, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis), afirmou que a Polícia Civil investiga o caso como feminicídio.
“As investigações estão na fase de depoimentos de familiares e pessoas que souberam mais ou menos como o fato transcorreu. A versão principal desse momento é que o tiro foi efetuado pelo esposo da vítima, que também é um jovem de 14 anos, integrante também da cultura cigana, que casou com ela no mês de maio passado”, informou.
Ainda de acordo com a autoridade policial, depois do tiro, o suspeito e a família dele fugiram por uma estrada de chão, que dá acesso a Minas Gerais e de lá foram para o Espírito Santo. A Polícia Civil trabalha para localizá-los.
Possível vingança
O tio de Hyara, assim como o pai dela, acreditam que a jovem tenha sido morta por vingança após um boato. "O marido dela efetuou um tiro à queima roupa na garganta dela. Essa bala alojou no cérebro dela. Sem motivo nenhum, a mandado do pai e da mãe dele", disse o tio em entrevista ao jornal O Globo.
"Saiu um boato de que a sogra dela tinha fugido comigo. Depois, falaram que a mulher tinha se envolvido com o pai da menina, mas é tudo mentira. Para descontar, mataram a minha sobrinha. Estamos em desespero", acrescentou ele.
Ameaça contra suspeito
Depois da morte de Hyara começaram a circular áudios em que o pai dela, conhecido como Iago Cigano, faz ameaças ao principal suspeito pela morte da menina, seu marido. A advogada do pai, no entanto, afirma que os áudios foram gravados em um "momento da dor e de desespero" e que a família da menina está participando ativamente das investigações.