Escravizada por 54 anos chora ao tocar mão de repórter
Madalena Silva foi resgatada em março de um trabalho análogo à escravidão na Bahia
A doméstica Madalena Santiago da Silva, de 62 anos, foi resgatada em março deste ano de um trabalho análogo à escravidão em Lauro de Freitas (BA). Sua história foi contada em uma reportagem exibida no “Bahia Meio Dia” na última quarta-feira (27), na qual ela chorou e confessou ter receio de pegar nas mãos da repórter, Adriana Oliveira, uma mulher branca.
Madalena trabalhou por 54 anos sem receber salários e confessou ter sido roubada e vítima de maus-tratos. Na entrevista, ela contou que a que filha dos patrões chegou a fazer empréstimos em seu nome e ficou com R$ 20 mil reais da sua aposentadoria.
Um dos momentos mais comoventes da reportagem é o choro emocionado de Madalena. “Eu fico com receio de pegar na sua mão branca. Porque ver a sua mão branca, eu pego e boto a minha em cima da sua e acho feio isso”, disse. A repórter, também emocionada, estende as mãos e afirma: “Sua mão é linda. Sua cor é linda”.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais, sendo compartilhado por diversos perfis do Movimento Negro, levantando o debate sobre racismo e trabalho escravo.