"Escrevi o romance lésbico que queria ter lido", diz Elayne Baeta
Aos 24 anos, autora e ilustradora baiana renova o mercado literário com o sucesso de O amor não é óbvio e já prepara mais livros
Enquanto escreve dois novos livros ao mesmo tempo e procura se adaptar à capital paulista, Elayne Baeta, 24 anos, expressa indignação no Twitter: canecas, bonecos e derivados de O amor não é óbvio, seu livro de estreia, vêm sendo vendidos em lojas online sem a menor preocupação com direitos autorais. Mais do que justa, a reclamação. E mais do que justificado, o sucesso. A obra, que começou no Wattpad e alcançou a marca de 400 mil leituras, está na 11ª edição pela Galera, selo jovem da Editora Record.
Lançada em 2019, a história de amor entre duas garotas ficou semanas em 1º lugar nas categorias Romance Lésbico e Literatura Lésbica, da Amazon, e foi o primeiro romance de temática lésbica a alcançar o ranking da revista Veja. Fã da escritora norte-americana Meg Cabot, da série O Diário da Princesa, Elayne se sente grata e surpresa com a repercussão. "Escrevi o livro porque adoro romances, mas chegou em um ponto em que não me sentia representada nos títulos que lia. Acredito que muitas meninas que gostam de meninas também tinham a mesma sensação", relata.
Para ela, livros com temática LGBTQIA+ são extremamente necessários, ainda mais para a nova geração de leitores, que se descobrem muito cedo. "O mais gratificante é que recebo mensagens de pessoas das mais diversas orientações, inclusive de adolescentes cisgêneros. Isso mostra que a Geração Z quer consumir histórias de amor, não importa quem sejam os personagens, pois têm uma visão mais livre e menos preconceituosa das relações”, afirma.
Com o sucesso de O amor não é óbvio, a Galera lançou também Oxe, Baby, primeiro livro de poemas da autora. Ilustradora, Elayne foi escolhida recentemente para assinar a edição 2022 do Azulejo da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, série que já contou com os traços de Marcelo Stockler e Laerte.