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"Estou desprotegida" , diz mulher espancada ao saber de revogação de prisão de agressor

Elaine Caparróz foi agredida durante quatro horas pelo lutador Vinícius Serra; caso aconteceu em 2019 no Rio de Janeiro

3 nov 2022 - 14h09
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A paisagista Elaine Peres Caparróz, que foi agredida durante quatro horas pelo lutador Vinícius Batista Serra, disse se sentir "desprotegida" após a Justiça revogar, na segunda-feira, 31, a prisão preventiva do seu agressor. O crime aconteceu no bairro da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 2019. 

"Ele vai usar a tornozeleira, né? Eu vou receber o token para caso ele se aproxime de mim? Estou preocupada com a minha segurança. Eu vou ficar desprotegida. Depois disso, não me sinto nem um pouco protegida. Muito triste ver isso, eu estou desprotegida", desabafou Elaine, em entrevista ao Terra.

A decisão do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto atendeu a um pedido de habeas corpus feito pela defesa do lutador, sob alegação de que Vinícius estaria sofrendo constrangimento ilegal, em razão na demora do julgamento do caso. Elaine se disse revoltada e decepcionada com a decisão do magistrado, que, para ela, nunca deve ter vivido situação parecida. 

"A Justiça demorou, abriu uma brecha e ainda aceitou que a prisão preventiva fosse substituída pela medida cautelar. A gente depende totalmente de uma Justiça que acaba sendo injusta. Na verdade, nós não temos proteção nenhuma da Justiça", acrescentou.

Vítima questiona indenização

Por causa da preocupação com sua segurança, a paisagista Elaine Caparróz afirmou que vai acionar seu advogado para tentar recorrer da decisão. 

"Eu fiquei péssima, fiquei atordoada, aí o desembargador vem dizer que o meu algoz estava sofrendo constrangimento ilegal? E o que eu e a minha família passamos? É o quê? Coitadinho, que pena dele! Tenha dó! Vou procurar ele [o advogado] para ver o que a gente pode fazer", afirmou. 

A vítima do lutador também questionou sobre a indenização que foi pedida na Justiça, uma vez que teve prejuízo material e emocional causado pelo agressor. Elaine detalhou em entrevista ao Terra que o lutador Vinícius Serra destruiu tudo no apartamento onde ela morava. 

"Eu tive que mandar arrumar o apartamento todo. Eu gastei o dinheiro com médico, dentista, procedimentos faciais e terapeutas. Eu fiquei sem trabalhar por dois anos. São muitas coisas que envolvem uma violência dessa", listou.

O que diz a defesa

De acordo com Caio Padilha, advogado de defesa de Vinícius Serra, a prisão preventiva do lutador é ilegal e fruto da omissão do juiz do caso. 

"Até aqui são 3 anos e 8 meses em que se arrasta esse processo, isso por conta de uma série de omissões que foram objeto de conformismo não só da defesa, mas também do próprio Ministério Público, que se manifestou diversas vezes no processo condenando a lentidão desse andamento. Nenhum juiz pode deixar alguém preso preventivamente por 3 anos e 8 meses por mera omissão, sob pena de transformá-la em uma prisão ilegal, que deverá ser imediatamente relaxada", disse ao Terra

Segundo o advogado, Vinícius foi inicialmente diagnosticado pelos peritos oficiais do Estado com traços de insanidade, parassonia e transtorno de ansiedade. O juiz, no entanto, determinou um novo laudo que confirmasse a situação médica de Vinícius.

Desde então, Caio alega que o perito ainda não fez a convocação do novo profissional, o que motivou o pedido de habeas corpus.

Fonte: Redação Terra
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