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Estudantes são barradas em universidades afegãs após proibição do Taliban

Missão da ONU no Afeganistão pediu ao governo administrado pelo Taliban que "imediatamente" revogasse a decisão

21 dez 2022 - 13h38
(atualizado às 15h00)
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Integrante do Taliban em frente ao portão de entrada da Universidade de Cabul, no Afeganistão
Integrante do Taliban em frente ao portão de entrada da Universidade de Cabul, no Afeganistão
Foto: Reuters

As estudantes universitárias do Afeganistão foram barradas de entrar nas faculdades do país, nesta quarta-feira, depois que o governo controlado pelo Taliban determinou que as mulheres estão impedidas de cursar o ensino superior.

A decisão foi anunciada na terça-feira em uma carta às universidades do Ministério de Educação Superior, levando à condenação de governos estrangeiros e da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Fomos para a universidade, o Taliban estava no portão e nos disse: 'vocês não estão autorizadas a entrar na universidade até nova ordem'... todas estavam chorando", disse Shaista, uma estudante de Negócios em uma universidade particular de Cabul.

Estudantes e testemunhas da Reuters disseram que a presença das forças de segurança fora das universidades era maior do que de costume, e que as estudantes foram instruídas a ir embora pelas forças do Taliban, mesmo que elas fossem realizar apenas tarefas administrativas.

A proibição sobre as estudantes provavelmente complicará os esforços da administração do Taliban para obter reconhecimento internacional e para se livrar de sanções que estão dificultando seriamente a economia do Afeganistão.

A missão da ONU no Afeganistão pediu ao governo administrado pelo Taliban que "imediatamente" revogasse a decisão.

Também exortou as autoridades a reabrir as escolas femininas depois da sexta série e a "acabar com todas as medidas que impedem as mulheres e meninas de participarem plenamente da vida pública diária".

Hasti, uma aluna de Estudos Políticos do terceiro ano, estava se preparando para seu exame final marcado para quarta-feira quando ouviu a notícia, e passou a noite chorando na frente de seus materiais de estudo.

"Fiz o melhor que pude para estudar, é muito difícil para mim, porque neste momento tenho que parar de estudar e minhas metas não são alcançáveis.... se a situação continuar assim para as mulheres, isso significa que mulheres e meninas estão sendo enterradas vivas", disse.

De acordo com o anúncio feito na terça-feira, a decisão foi tomada pelo gabinete da administração do Taliban.

Várias autoridades do Taliban, incluindo o vice-ministro das Relações Exteriores e porta-voz da administração, se pronunciaram a favor da educação feminina nos últimos meses.

O líder espiritual supremo do Taliban, sediado na cidade sulista de Kandahar, tem a última palavra sobre as principais decisões.

Fontes diplomáticas e oficiais do Taliban disseram à Reuters que a questão havia sido discutida pela liderança.

Os líderes do Taliban dizem que querem relações pacíficas com a comunidade internacional, mas que os estrangeiros não devem interferir nos assuntos internos do país.

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