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Etarismo em empresas brasileiras é escancarado em pesquisa

Projeção de que 57% dos trabalhadores no país terão mais de 45 anos em 2040 não reflete preparo de organizações, diz levantamento

18 ago 2022 - 05h00
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Presença profissionais 50+ nas empresas é uma questão relacionada à cultura organizacional
Presença profissionais 50+ nas empresas é uma questão relacionada à cultura organizacional
Foto: iStock / iStock

As organizações são etaristas. Esta é a conclusão da pesquisa "Por que pessoas 50+ não

são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?", realizada em parceria pela plataforma online Maturi e a consultoria EY Brasil, cujos detalhes serão divulgados hoje no início do festival MaturiFest 2022 que acontece em São Paulo (SP) em formato híbrido até sábado (20). 

O levantamento ouviu 191 empresas de diferentes portes de 13 setores e concluiu que, embora as conversas sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) tenham começado nas empresas, elas giram em torno de gênero, raça/etnia, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQIA+. Há um preconceito em relação à idade que não reflete o cenário atual, muito menos as projeções. 

O envelhecimento da população brasileira vem acontecendo de forma acelerada por fatores que vão de baixas taxas de mortalidade precoce a melhores condições de vida e redução

da natalidade. Hoje, 26% da população brasileira tem mais de 50 anos, mas, até 2040, 57% da

força de trabalho terá mais de 45 anos. O mercado deveria estar preparado para esse cenário, mas o etarismo nas empresas - na sociedade, aliás - é preocupante. Segundo dados da ONU, uma em cada duas pessoas sofre preconceito por idade ao redor do mundo. 

Faltam ações concretas

Conforme 78% das empresas participantes, faltam ações concretas das organizações. Um exemplo: 80% das empresas respondentes não possuem políticas específicas e intencionais de combate à discriminação etária em seus processos seletivos. A intenção de ações a serem implementadas são mais generalistas e já conhecidas: mentorias, palestras de conscientização e gestão do conhecimento. Revisão de políticas e inclusão de 50+ em processos seletivos não costumam ser práticas cogitadas, muito menos colocadas em ação.

O contrassenso é que, ainda assim, as empresas entrevistadas avaliam que haverá mais impactos positivos do que negativos no envelhecimento da população sobre os negócios. Os principais aspectos ressaltados são o ganho de conhecimento (melhoria da gestão de conhecimento, por 48% dos entrevistados); melhoria nas relações interpessoais (45%); complementaridade de times (40%); e melhoria no clima organizacional (38%). Porém, para aproveitar estas vantagens é necessário mudar as práticas etaristas atualmente presentes em grande parte das organizações.

Uma das conclusões da pesquisa é que a presença de profissionais 50+ nas empresas é uma questão mais relacionada à cultura organizacional do que à capacidade dos candidatos. Outro ponto observado: como a maior parte das empresas ainda tem um pensamento voltado à hierarquia e aos modelos tradicionais de ascensão profissional, poucas já estão abertas a um novo tipo de estrutura, mais horizontalizada, com estruturas que acomodem diferentes perfis profissionais e projetos de vida. 

Fonte: Redação Nós
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