EUA vão pagar R$ 715 milhões após detentas denunciarem abusos em prisão conhecida como “clube do estupro”
A prisão de Dublin, localizada na Califórnia, foi fechada permanentemente
Após anos de abusos sexuais em uma prisão feminina, o governo federal dos EUA vai pagar US$ 116 milhões de dólares (R$ 715 milhões de reais na cotação atual) para encerrar processos de 103 mulheres que relataram terem sofrido abusos enquanto estavam presas.
Os casos aconteceram na prisão de Dublin, localizada na Califórnia, que ficou conhecida como “clube do estupro”. Após múltiplas denúncias, a instalação foi fechada definitivamente.
Esse acordo é o maior já registrado envolvendo má conduta em prisões federais, segundo o Los Angeles Times.
Os abusos vieram à tona após uma investigação do FBI em 2021, que levou à acusação de oito funcionários, incluindo o ex-diretor da prisão Ray Garcia. Cinco acusados confessaram seus crimes, enquanto dois foram condenados pelos júris.
“Isso envia uma mensagem de que o abuso sexual de indivíduos encarcerados não será tolerado nesta sociedade”, disse Jessica Pride, advogada de algumas das vítimas, segundo o Los Angles Times.
Pride informou que 29 agentes penitenciários que atuavam na prisão continuam afastados de suas funções. “Eu esperaria que houvesse mais acusações criminais. Com cerca de 30 policiais envolvidos nesses incidentes, isso durou anos”, acrescentou.
Segundo Pride, o acordo deve contemplar metade dos casos previstos, já que vários outros pedidos seguem em processamento.
O Federal Bureau of Prisons (FBO), organização responsável pelas prisões federais nos EUA, confirmou o acordo e afirmou que "condena veementemente todas as formas de comportamento sexualmente abusivo e leva a sério seu dever de proteger os indivíduos sob custódia”.
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.