Ex-âncora da Record processa emissora por assédio moral e pede R$ 1,1 milhão de indenização
Daiane Bombarda começou a sofrer assédio moral após a sua primeira gravidez, em 2019, tendo que usar roupas largas para esconder o peso
A jornalista Daiane Bombarda está processando a Record News por assédio moral e pede R$ 1,1 milhão de indenização. O caso tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
A jornalista Daiane Bombarda, ex-âncora da Record News que comandou telejornais como Link Pop, Jornal da Record 24h, Hora News e Mundo Meio Dia, está processando a emissora por assédio moral. Segundo informações do F5, ela pede R$ 1,1 milhão de indenização. O caso tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
De acordo com Daiane, ela começou a sofrer assédio moral após a sua primeira gravidez, em 2019. Após passar um período afastada por causa da licença-maternidade, a Record News teria exigido que ela usasse roupas maiores para que não mostrasse o peso que ela ganhou por causa da gravidez.
Ao F5, a jornalista revelou que Moisés Lucena, gerente geral da Record News, foi a pessoa que mais a assediou moralmente no trabalho. "Você tem que estar: bonita, apresentável e não errar", teria dito ele em uma ocasião.
"Teve vez de eu ter que trocar a minha roupa porque falaram que a que eu usava me deixava ainda mais gorda. Por vezes, tinha que mandar foto vestindo a roupa antes de entrar no estúdio para o celular do chefe para ele dar a aprovação", afirmou ela. Daiane Bombarda perdeu o processo em primeira e segunda instância, mas está recorrendo das decisões.
No dia 27 de maio deste ano, o advogado da jornalista protocolou um documento para que o Ministério Público do Trabalho investigue o relato de uma testemunha "que diz ter ouvido de um chefe na Record News que foi induzida a mentir em juízo no processo movido pela apresentadora", informou o F5. A denúncia está em providências iniciais pelo MPT.
O Terra NÓS entrou em contato com a emissora e com Moisés Lucena, gerente geral da Record News, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações. Ao F5, a Record disse que não iria comentar o caso.
Afastamentos
Na época da sua primeira gravidez, Daiane ficou afastada por 15 dias do trabalho. "Quando me dei conta, estava tomando medicações, com diagnóstico de Burnout. Meus colegas me acudiram, mas a vontade era de correr, literalmente, de lá. Isso tudo com uma filha bebê", disse ao veículo.
Ela decidiu tomar um remédio que prometia a perda de cinco quilos em uma semana. Daiane conseguiu emagrecer, mas parou de tomar a medicação após passar mal. Assim, acabou ganhando peso novamente e as reclamações da emissora não pararam.
Em março de 2020, ela fez uma otoplastia, cirurgia realizada para melhorar a condição das orelhas. Segundo Daiane, ela recebia reclamações sobre a gordura de suas orelhas no vídeo. Quando retornou ao trabalho após o procedimento, ela começou a ter sintomas de síndrome do pânico. A jornalista tinha muita ansiedade antes de entrar ao vivo na Record News.
Em junho do mesmo ano, ela teve um mal-estar súbito e, por isso, não conseguiu apresentar o Record News Rural. Após um afastamento de 90 dias, ela não conseguia entrar na emissora. Ela foi à Justiça em novembro.
Carreira
A jornalista Daiane Bombarda decidiu desistir da carreira na televisão. "Agora que estou atuando como assessora de imprensa, conseguindo me reerguer. Mas dispensei oportunidades incríveis na TV por trauma", contou ela.
"É algo que nunca vou superar. Hoje é menos pior, sim. Tenho dois filhos lindos, um marido incrível que sempre me ouviu e me apoiou, que acreditou em mim. Mas o trauma, não sei descrever o que sinto... Eles acabaram com a minha carreira, com meu sonho. Anos de dedicação, de estudos, para acabar nisso", afirmou ao F5.
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.