Ex-funcionária expõe ter se demitido após assédio em ligação; empresa chama caso de "trote"
A publicação feita por Luara Souza alcançou mais de 5 mil pessoas no Linkedin até o momento
Em uma publicação que já alcançou mais de 5 mil pessoas no Linkedin, a analista financeira Luara Souza compartilhou ter pedido demissão após sofrer uma situação de assédio sexual na empresa e não ter o relato acolhido.
Luara conta que na última terça-feira, 19, recebeu uma ligação em seu celular corporativo de uma voz masculina, que não teria se identificado, em tom ofegante e "proferindo palavras de baixo calão e insinuando estar realizando atos sexuais" contra ela.
Assustada, Luara diz ter relatado o ocorrido à empresa. "Infelizmente, tive que ouvir que não se passava de uma brincadeira, que eu fui 'premiada' e que já ocorreu outras vezes, portanto, apesar de indicar o que poderia ser feito, optariam por apenas tentar ligar de volta ao agressor, por ser a solução mais rápida", afirma a ex-funcionária, que diz não ter tido o celular examinado e não se sentia segura para atender novas ligações no aparelho.
"Como eu me sentiria segura ao atender uma ligação, sem saber se o agressor tentaria contato novamente? Ou quais informações ele teria além do meu nome?", questiona na publicação. Luara ressalta ainda que sentiu ainda mais medo por ser uma mulher jovem que mora sozinha.
Dois dias depois da ligação, ela decidiu pedir demissão da empresa. Nesta ocasião, Luara também conta ter tido seu "discurso invalidado pelo time de RH". Ela afirma que a empresa tentou de diversas formas mantê-la no quadro de colaboradores e, somente então, teriam se prontificado a investigar o caso.
A empresa em questão é a Brasil Terminal Portuário (BTP), onde Luara trabalhou por cinco anos. Em nota enviada ao Terra, a BTP afirma que a ligação era um "trote".
"Em telefone celular de trabalho, a profissional recebeu uma ligação externa, de um desconhecido, em formato de trote e assédio. Dada a gravidade da situação, a empresa abriu um processo de investigação com apoio externo especializado", afirma a empresa, que diz repudiar qualquer ato de desrespeito aos colaboradores.
A BTP afirma ainda que está à disposição de Luara "para o fornecimento de apoio jurídico e psicológico, e reforçamos nosso compromisso na condução da apuração dos fatos e política de consequências diante do resultado das investigações."