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Ex-lutador acusado de matar a mulher levou corpo em carrinho de compra e almoçou com mãe da vítima

Luis Paulo Lima dos Santos foi preso nesta quarta-feira pelo assassinato de Ellida Tuane Ferreira da Silva Santos, de 26 anos, na zona leste de São Paulo

10 nov 2022 - 15h45
(atualizado às 17h59)
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O ex-lutador de artes marciais mistas (MMA) Luis Paulo Lima dos Santos, de 44 anos, foi preso nesta quarta-feira, 9, acusado de assassinar a mulher, a professora Ellida Tuane Ferreira da Silva Santos, de 26, e usar um carrinho usado em compras para tirar o corpo do apartamento, na Vila Matilde, zona leste de São Paulo. O cadáver foi encontrado dentro de um saco plástico, em um córrego, no Parque do Carmo, também na zona leste, na última segunda-feira, 7, com marcas de tiros. Conforme a Polícia Civil, o suspeito, que também é dono de uma academia, confessou ter atirado quatro vezes na mulher. Ele deve responder pelo crime de feminicídio.

Depois de assassinar a esposa, com quem estava casado havia cerca de um ano, o ex-lutador de MMA montou uma falsa versão de que ela teria desaparecido quando saiu de casa para visitar a mãe em Campinas, no interior de São Paulo. Ele alegou que a vítima tomaria um ônibus no Terminal Rodoviário do Tietê, zona norte da capital, para fazer a viagem. Para dar credibilidade à farsa, segundo familiares da vítima disseram à polícia, Santos foi até Campinas e almoçou com a mãe dela, manifestando preocupação com o desaparecimento, quando Ellida já estava morta.

Câmera de segurança no elevador do prédio fez o último registro de Ellida Tuane Ferreira da Silva Santos viva
Câmera de segurança no elevador do prédio fez o último registro de Ellida Tuane Ferreira da Silva Santos viva
Foto: Reprodução

A professora havia sido vista pela última vez na sexta-feira, 4, por volta de 21h30, quando apareceu em imagens das câmeras de segurança entrando no prédio em que morava. No dia seguinte, quase no mesmo horário, as câmeras registraram a chegada de Luís Paulo com um carrinho de compras vazio. Minutos depois, ele voltou a ser filmado empurrando o mesmo carrinho coberto com um lençol. Segundo a polícia, o corpo de Ellida estava no carrinho.

Na sequência, segundo a investigação, o corpo foi colocado no carro do ex-lutador, que deixou o prédio somente na madrugada de domingo, 6. Horas depois de ter saído, o homem retornou para o apartamento carregando o filho do casal, de seis meses. Na segunda-feira, 7, Santos foi a uma delegacia da Polícia Civil e registrou o desaparecimento da esposa em boletim de ocorrência. Ele alegou que a mulher havia saído de casa para ir ao Terminal do Tietê, onde tomaria um ônibus com destino a Campinas, no interior, onde mora sua mãe. Conforme alegou, ela não teria chegado ao destino.

Câmera de segurança mostra Luis Paulo Lima dos Santos na garagem do prédio com um carrinho de compras onde estaria o corpo da mulher.
Câmera de segurança mostra Luis Paulo Lima dos Santos na garagem do prédio com um carrinho de compras onde estaria o corpo da mulher.
Foto: Reprodução

Ao encontrar o corpo, identificado apenas na terça-feira, 8, a Polícia Civil mudou o rumo da investigação e passou a considerar o marido como suspeito, já que havia lacunas em suas declarações. Ao ser confrontado com as imagens das câmeras, ele confessou o crime, segundo a polícia. Ellida e o ex-lutador estavam casados havia cerca de um ano e tiveram o filho em abril deste ano. A polícia ainda trabalha para esclarecer a motivação do crime, mas já sabe que Santos era muito ciumento em relação à mulher.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital considerou esclarecida a morte da professora. Segundo a nota, o marido, de 44 anos, foi preso na quarta-feira, 9, em cumprimento de um mandado de prisão temporária expedido pela Poder Judiciário. "Laudos periciais estão em elaboração e, assim que finalizados, serão analisados pela autoridade policial para auxiliar no esclarecimento da dinâmica dos fatos", disse. A SSP informou ainda que a investigação continua e outros detalhes serão preservados "para garantir a autonomia do trabalho policial".

A reportagem entrou em contato com a defesa de Santos e ainda aguarda retorno.

Estadão
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