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Falas machistas de Rodriguinho sobre Yasmin levantam discussão: como pressão estética afeta mulheres?

Brother ironizou compulsão alimentar de Yasmin Brunet e disse que seu físico 'já foi melhor'. 'Estadão' tentou contato com a equipe dele, mas não teve retorno

15 jan 2024 - 17h50
(atualizado às 18h01)
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Em uma conversa com Nizam, Rodriguinho disse que o físico da modelo "já foi melhor" e que ela se descuidou
Em uma conversa com Nizam, Rodriguinho disse que o físico da modelo "já foi melhor" e que ela se descuidou
Foto: Reprodução/Instagram/@yasminbrunet / Estadão

Logo na primeira semana do BBB 24, o cantor Rodriguinho fez uma série de comentários sobre a aparência, o corpo e os hábitos alimentares de Yasmin Brunet. Em uma conversa com Nizam, o brother disse que o físico da modelo "já foi melhor" e que ela se descuidou. Para a própria participante, que confessou sofrer com compulsão alimentar, ele chegou a apelidá-la de "Yasmin comer". O Estadão tentou contato com a equipe dele para um posicionamento, mas não teve retorno. Veja acima.

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As atitudes do brother despertaram uma discussão na internet sobre pressão estética. "Esse bando de homem mal diagramado chamando a Yasmin Brunet de descuidada e velha mostra o quanto a pressão estética deixa os homens confortáveis em julgar qualquer uma de nós", diz uma das críticas em um post que viralizou no X, antigo Twitter.

    O que é pressão estética?

    O Estadão falou com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia pela PUC-SP, para explicar o que é pressão estética e como ela afeta a confiança das mulheres. "É uma forma de violência simbólica sofrida pelas mulheres, sustentada por uma ideia de dominação masculina, oriunda de nossa sociedade patriarcal", explicou a profissional.

    No Brasil, o ideal de beleza para mulheres, por exemplo, é ela ser magra e ter um corpo bem definido. Contudo, o padrão costuma variar de acordo com países, culturas e até faixa etária. "Apesar de termos características físicas próprias, muitas de nós passamos a buscar determinados atributos para nos encaixarmos no padrão: peso, altura, cor dos olhos e dos cabelos, tamanho dos seios e muito mais", completou.

    A pressão pelo corpo ideal é tão forte que uma pesquisa feita pela Dove e pela Nike, de 2023, mostrou que 45% das adolescentes estão abandonando o esporte por baixa confiança com seus corpos — uma taxa duas vezes maior do que os meninos. A taxa cai para 34% no Brasil. Em outros locais, como no Japão ou Reino Unido, esse valor sobe para 51% e 57%.

    Como afeta a confiança das mulheres?

    Vanessa ainda afirma que qualquer mulher é alvo do padrão estético, mas as que estão fora de um padrão de beleza definidos socialmente são mais suscetíveis ao preconceito e discriminação. "Todos podem ser alvo. Principalmente, aquelas pessoas que vivem da imagem. Essas são as que mais se sentem escravas do perfeccionismo. Acabam sendo vítimas da comparação", completou.

    A psicóloga diz que os padrões de beleza influenciam em uma busca excessiva para se igualar à idealização de um corpo. Isso, inclusive, pode afetar diretamente a saúde mental e a confiança da mulher. "Influi em determinados transtornos, como a depressão, bulimia, ansiedade social, transtorno dismórfico corporal, entre outros", disse Vanessa.

    Ela também listou outras consequências, como a baixa autoestima, insegurança, compulsão alimentar, anorexia e uma busca desenfreada por cirurgias plásticas. A Sociedade Internacional de Cirurgia Plática Estética (ISAPS - International Society of Aesthetic Plastic Surgery) divulgou, em 2023, a Pesquisa Global Anual sobre Procedimentos Estéticos/Cosméticos. Os resultados mostraram um aumento geral de 11,2% nos procedimentos feitos por cirurgiões plásticos em 2022.

    Como lidar?

    A melhor maneira de lidar com a pressão estética, segundo Vanessa, é trabalhar na autoestima e fazer psicoterapia. "Se aceitar, não se comparar, entender que somos seres humanos imperfeitos e procurar outros modelos de beleza. Evitar seguir padrões irreais nas mídias sociais e que te fazem mal e que pregam por coisas editadas. Fazer terapia para o autoconhecimento também ajuda no fortalecimento e no autocuidado", finalizou.

    Estadão
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