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Felipe Melo defende 'não passar mão na cabeça' de Daniel Alves e Robinho: "Tem que pagar"

Jogador integrou elenco da seleção brasileira junto dos dois atletas condenados por crimes sexuais

27 mar 2024 - 13h04
(atualizado às 14h05)
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Condenados por estupro, Daniel Alves e Robinho alegam ser inocentes
Condenados por estupro, Daniel Alves e Robinho alegam ser inocentes
Foto: Divulgação: Marcelo Gonçalves/Fluminense

Felipe Melo comentou os casos de Daniel Alves e Robinho, condenados por crimes sexuais. Para o jogador do Fluminense, os dois devem cumprir, com rigor, as penas "sem passar mão na cabeça". Os três jogaram juntos na seleção e estiveram na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Daniel Alves e Robinho alegam ser inocentes.

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O jogador de 40 anos enfatizou que não acredita que alguém seja obrigado a falar sobre o tema. Ele diz isso em referência à cobrança das redes sociais para que jogadores do futebol brasileiro comentem os casos. Ele defende, contudo, o rigor da lei para o cumprimento das punições.

"Tem que pagar pelo que fez. Se for condenado, tem que pagar pelo que fez. E que sirva de lição para os outros não fazerem. Isso é muito sério, não tem que passar a mão na cabeça de ninguém, sem passar. Tem que pagar, e depois que pagar a pena e sair, tem que ser ressocializado", disse.

O jogador pede que os dois não sejam "excluídos" da sociedade, mesmo entendendo que eles não retornarão ao futebol e podiam ter penas maiores "Futebol não vai dar para eles jogarem mais, mas que seja... Não podem fechar as portas para eles também, porque pagaram. Pela lei dos homens, foi pago. Tem que pagar. Acho, inclusive, pouco (tempo de pena). Daniel Alves já saiu da cadeia. Acho pouco para quem fez isso com uma mulher. Imagina o sentimento da menina, que é filha, dos pais", falou em entrevista ao ge.

Felipe Melo tem três filhos e uma filha. O atleta argumenta que é papel da educação familiar conscientizar sobre o que ele mesmo definiu como "respeito". "Acho que o ser humano tem que ser respeitado, a mulher tem que ser respeitada, o homem tem que ser respeitado. A partir do momento que o cara é condenado, acabou. Não tem como passar a mão na cabeça de ninguém. Nós temos, sim, o dever de educar os nossos filhos, e isso também é muita questão de educação. Educar os nossos filhos, nossas filhas para que isso não aconteça", concluiu.

Além da Copa do Mundo de 2010, Felipe Melo integrou as categorias de base da seleção brasileira com Daniel Alves. No mundial, Robinho era um dos destaques da seleção de Dunga, enquanto o então volante também era titular. O lateral entrou na equipe durante o torneio, na época, jogando mais adiantado, como meia. Na eliminação diante da Holanda, nas quartas de final, Robinho abriu o placar para o Brasil após assistência de Felipe Melo. O trio foi titular no jogo.

Daniel Alves foi condenado, pelo crime de agressão sexual, a quatro anos e meio de prisão, cinco de liberdade vigiada e dez sem poder se aproximar da vítima. O crime aconteceu em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022. Como a condenação se deu apenas em primeira instância até então, o brasileiro recorre ao Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, enquanto o Ministério Público espanhol quer aumentar a pena. Paralelo a isso, o Tribunal de Justiça de Barcelona lhe concedeu liberdade provisória mediante fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões), retenção de passaportes e comparecimento semanal na sede do tribunal.

Já Robinho teve condenação em todas as instâncias da Justiça italiana a nove anos de reclusão pelo crime de estupro coletivo, em uma boate de Milão. Ele não cumpria a pena, contudo, por estar no Brasil. A Itália tentou um pedido de extradição, o que é vetado pela Constituição Federal. O país europeu, então, solicitou a homologação de pena, para que o jogador fosse preso no Brasil, o que foi deferido pelo Superior Tribunal Judiciário (STJ) na última semana. Robinho foi preso e encaminhado à Penitenciária de Tremembé II. Ele pode recorrer à homologação, o que poderia terminar com sua liberdade, mas o brasileiro continuaria sendo considerado condenado e isso não significaria absolvição.

Estadão
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