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Feminicídios crescem novamente na Argentina após recorde em 2023, diz observatório

O crescimento de quase 10% ocorreu após a Argentina registrar um número recorde de 322 feminicídios no ano passado

1 mar 2024 - 16h55
(atualizado às 17h15)
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A Argentina foi palco de 61 feminicídios de mulheres e garotas até o fim de fevereiro
A Argentina foi palco de 61 feminicídios de mulheres e garotas até o fim de fevereiro
Foto: REUTERS

Os feminicídios na Argentina, que já haviam batido recorde no ano passado, aumentaram ainda mais nos dois primeiros meses de 2024, mostrou nesta sexta-feira relatório de um observatório local, que reportou mais de uma morte por dia e realçou a ameaça enfrentada pelas mulheres.   

O que é feminicídio? O que é feminicídio?

O país foi palco de 61 feminicídios de mulheres e garotas até o fim de fevereiro, afirmou o observatório do tipo de crime da organização não-governamental La Casa del Encuentro. No mesmo período do ano passado, foram 56 assassinatos ocorridos devido ao gênero das vítimas.   

O crescimento de quase 10% ocorreu após a Argentina registrar um número recorde de 322 feminicídios no ano passado, segundo dados oficiais. A nação enfrenta o crescimento da pobreza, incerteza política e a alta inflação, que alimenta uma crise no custo de vida.   

O novo presidente, o libertário Javier Milei, que assumiu em dezembro, extinguiu o Ministério da Mulher para cortar custos do Executivo, colocando o tema abaixo de uma pasta de capital humano, com escopo mais amplo. Alguns grupos mostraram preocupação de que essa medida possa prejudicar a proteção à mulher.   

"O que estamos vendo, infelizmente, é que a violência contra a mulher exacerbou", afirmou Ada Beatriz Rico, diretora do observatório que realizou o levantamento.

"Eles nos estão deixando sem ferramentas. É como se estivéssemos andando para trás."   

O governo preferiu não comentar. Milei é abertamente antifeminista, embora diga que isso não o torna antimulheres. Ele quer reabrir o debate sobre o aborto, que foi legalizado pelo Congresso no governo anterior, e ordenou que órgãos do governo não usem linguagem inclusiva.   

Das 61 vítimas, 57% foram mortas em casa e 20% já haviam anteriormente prestado queixa. De acordo com o relatório, 77 crianças ficaram órfãs de mãe por conta dos feminicídios.   

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