Filha de Arlindo Cruz detalha caso de importunação sexual: "Não desejo para ninguém"
Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu inquérito para investigar o suspeito
A influenciadora Flora Cruz, de 20 anos, desabafou sobre o espisódio de importunação sexual por um cuidador do pai, o sambista Arlindo Cruz, de 64 anos, na última semana. A jovem relatou o caso em suas redes sociais e também registrou o caso na Delegacia da Mulher. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar homem, mas ele ainda não compareceu à delegacia. Em depoimento ao jornal O Globo, Flora detalhou o episódio.
"O que aconteceu comigo eu não desejo para ninguém. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer dentro da minha casa", contou a jovem. Segundo ela, o assédio ocorreu quando ela chegou em madrugada em sua casa, na última segunda-feira.
"Só tinha eu, ele e o meu pai em casa. Eu estava tomando banho, quando ele bateu na porta do banheiro perguntando que horas meu irmão viria para casa. Eu disse que não sabia. Na hora, pensei que fosse alguma coisa urgente com o Arlindão, mas não era. Nunca estranhei o comportamento dele. De todos, ele era o mais velho da equipe, estudava, vivia lendo, parecia ser mais tranquilo, ele era a pessoa que cuidava do amor da minha vida, do meu bem maior, que é meu pai", relembrou.
Em outro trecho, a jovem relata os momentos de desespero que viveu. " Eu deitei para dormir e acordei com ele deitado na minha cama, do meu lado, com ereção, colocando a mão em mim. Ele queria me convencer que eu tinha que ficar com ele, disse que tinha me visto sem roupa. Eu dei um berro, disse que não, e ele saiu do quarto pedindo desculpa. Ele parecia desnorteado, meio louco. Fiquei desesperada, com muito medo.Eu fiquei calada dentro do quarto, chorando. Comecei a ligar e mandar mensagem para um monte de gente, mas não conseguia falar com ninguém. Fiquei com medo de ele me ouvir e tentar fazer alguma maldade comigo ou com meu pai", contou.
O suspeito ainda teria culpabilizado a vítima, alegando que ela o teria 'provocado'. "Depois que eu fui à delegacia, ele me mandou mensagem para perguntar se eu sabia o que era assédio, que eu era quem estava o provocando, pelas roupas que eu usava, pelo meu jeito de ficar em casa. Eu pensei muito em não denunciar. Fiquei com muita vergonha. É muito difícil. Minha advogada e minha equipe me orientaram a registrar. Quando eu cheguei na delegacia, tinha mais de 20 mulheres com crianças, e aí pensei na importância de estar denunciando".
Flora finalizou com alerta para que as pessoas denunciem situações de violência. "Não tenham vergonha, não tenham medo, se tiverem, denunciem assim mesmo", finalizou.