Filho de influenciadora sofre racismo: "Ouvi gente falando que poderia ser 'do vizinho'"
Julia Schiavi, de 26 anos, é mãe de Pedro, de dois meses, e já recebeu comentários ofensivos questionando a cor da pele da criança
A influenciadora Julia Schiavi, de 26 anos, revelou recentemente nas redes sociais que o seu filho Pedro, de dois meses, estava recebendo comentários racistas como "eu acho que o neném foi trocado". Em entrevista, ela falou sobre o assunto.
"Desde o nascimento do meu filho venho recebendo muitos comentários maldosos. Foram tantos que acabo não lembrando de todos, mas lembro de um especificamente de uma menina que comentou pessoalmente, não foi nem pela internet, que meu filho poderia ter nascido branco como eu, dos olhos claros. Esse, para mim, foi o pior comentário", disse à revista Quem.
O que as famosas com filhos negros dizem sobre racismo
Segundo ela, algumas pessoas já questionaram o motivo da criança não ter a cor de pele parecida com a dela ou com a do pai. "Mandaram comentários sobre as características do meu filho, já ouvi gente falando que poderia ser 'do vizinho', em tom de brincadeira. Realmente são comentários desnecessários e que me chatearam bastante", contou.
Julia repudia todos os comentários racistas e ofensivos. "Nenhuma mãe merece ver seu filho sendo vítima de ataques de ódio nem qualquer ataque que seja. Sou totalmente a favor das mães se posicionarem tomando atitudes para tentar conter qualquer tipo de maldade", afirmou.
Ela, que trabalha com a internet, já foi alvo de diversos comentários ofensivos. "Mas quando eu me deparei com a situação de preconceito com o meu filho me entristeceu e me chateou demais", disse ela.
"Foi realmente algo que me deixou bastante chocada por ter visto uma maldade das pessoas em relação a um bebê. E acabei expondo a situação para tentar conter de uma forma ou de outra os comentários maldosos que li", explicou a influenciadora.
Para Julia, os comentários que recebeu nas redes sociais e pessoalmente são assustadores. "Fico imaginando a dor que as mães sentem até mesmo por passarem por situações piores que as que passei", contou.
"Para não me abalar mais e não ficar remoendo esses assuntos, eu deleto os comentários, bloqueio essas pessoas. Apesar de tudo isso, ainda acredito que existem pessoas boas, que gostam da gente, que estão ali para ver as coisas que posto diariamente do meu filho, então é o que me faz continuar", destacou ela.
A influenciadora ainda disse que irá educar o seu filho para que ele consiga lidar com as críticas e o preconceito, sem que isso afete o seu psicológico ou a sua autoestima. "Além disso eu acho que o principal é que, desde já, eu faço de educá-lo para que ele respeite todas as pessoas sem exceção", finalizou.
Racismo
O crime de racismo está previsto na Lei 7.716/1989 com pena de reclusão de um a três anos e multa. O crime é imprescritível e inafiançável. De acordo com a lei, racismo é "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".
Racismo é crime. Saiba como denunciar 👇
Racismo é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de racismo, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.
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