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Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, é condenado por gesto racista

A pena foi de dois anos e quatro meses de reclusão, convertida em serviços comunitários, além de multas que somam R$ 52 mil

17 dez 2024 - 13h43
(atualizado às 14h15)
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Após a repercussão, Filipe Martins disse que estava ajeitando a lapela do terno
Após a repercussão, Filipe Martins disse que estava ajeitando a lapela do terno
Foto: Reprodução/TV Senado

A Justiça Federal em Brasília condenou Filipe Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, por racismo. O processo foi motivado por um gesto feito durante uma sessão do Senado Federal, que foi associado a supremacistas brancos.

A pena foi de dois anos e quatro meses de reclusão, convertida em serviços comunitários, além de multas que somam R$ 52 mil.

O Estadão pediu manifestação da defesa. Como a decisão foi tomada na primeira instância, os advogados ainda podem recorrer.

7 tipos de racismo para não reproduzir 7 tipos de racismo para não reproduzir

A sentença é assinada pelo juiz David Wilson de Abreu Pardo, da 12.ª Vara do Distrito Federal, que considerou que o gesto foi intencional e apontou como agravante o cargo ocupado na época por Filipe Martins, no alto escalão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"A reprodução de uma manifestação supremacista branca, por agente público de hierarquia funcional elevada, via sistema público de comunicação (a TV e canal oficial da internet do Senado Federal), pode aumentar o nível de preconceito e discriminação contra os grupos sociais alvo e legitimar atos subsequentes cada vez mais gravosos", escreveu o magistrado.

O episódio aconteceu em julho de 2021. Filipe Martins estava sentado atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quando foi filmado fazendo o gesto que foi lido como reprodução das letras 'W' e 'P', em referência à expressão "White Power", Poder Branco, em inglês.

Após a repercussão, ele disse que estava ajeitando a lapela do terno. A explicação não convenceu o juiz, que destacou que, em nenhum momento, o assessor dirige o olhar para o paletó.

"O réu mirava sua própria imagem, enquanto realizava os gestos reputados criminosos pela acusação. Em nenhum momento, nas duas ocasiões, o réu dirigiu seu olhar para as próprias vestimentas", diz um trecho da sentença.

Estadão
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