Fotógrafo relata ataques homofóbicos após comparecer à Fórmula 1: "Desperdiçaram o ingresso com você"
Em vídeo, João Almeida comentou sobre visita ao autódromo e compartilhou prints de alguns ataques que sofreu
O fotógrafo e influenciador João Almeida revelou no Instagram que recebeu diversos comentários homofóbicos após comparecer à Fórmula 1, em Interlagos, São Paulo, no último domingo, 3. Em vídeo, ele também compartilhou prints de alguns ataques que sofreu, dentre eles um comentário que dizia “eles não são homens o suficiente para gostar de Fórmula 1” e outro que trazia "desperdiçaram o ingresso com você"
João falou que ver a Fórmula 1 de perto sempre foi o seu sonho e começou a ser atacado nas redes sociais assim que pisou no evento. “A primeira coisa que eu fiz quando cheguei lá foi contar que era o meu sonho estar lá porque desde pequeno eu assisto Fórmula 1 com o meu pai e era um acontecimento não só para mim como para a minha família, que era muito humilde”, disse.
Não parece, mas é homofobia: frases e situações para não repetir
“A gente nunca teve condição de estar presente nesses esportes e já de cara falaram que não, que não podia ser o meu sonho, porque o meu sonho era ‘sentar nos pilotos’. Meu sonho não podia ser nada relacionado a esporte”, acrescentou o fotógrafo.
Em seguida, ele revelou o motivo de saber que são ataques homofóbicos. “Aconteceu a mesma coisa quando eu realizei o sonho de ver a final da Champions League, o mesmo tipo de comentário quando eu fui no Mundial de Tênis na Alemanha, que também era o meu sonho. O discurso só muda, mas a intenção de ataque é sempre a mesma, porque afinal de contas eu não sou homem o suficiente para gostar de esporte”.
“Eu que sou doido demais ou vocês que estão certos, afinal de contas lugar de homem gay nunca é no esporte. A gente só serve para ser engraçado e fazer palhaçada”, finalizou.
No stories de seu perfil, João Almeida comentou que não irá aceitar mais comentários homofóbicos em suas postagens e revelou que chegou a se sentir inseguro com a quantidade de ataques que sofreu.
“Não é certo atacar os outros pelo jeito que a pessoa é ou por qualquer outra coisa. A gente não deve aceitar. Temos que nos posicionar, falar e bater de frente, porque só assim isso vai acabar”, declarou.
Manifestações de apoio
Nos comentários de sua publicação, João Almeida recebeu apoio de amigos e seguidores. “Muito triste que pessoas frustradas sejam capazes de tudo pra desmerecer os outros”, comentou o influenciador Erijackson.
“Esse vídeo me machucou só de ouvir seu relato, não posso imaginar sua dor. A ignorância do ser humano é algo que desanima demais. Eles despejam a raiva por ter inveja e claramente quererem estar no seu lugar. Não vou falar o famoso ‘não ligue e foque no bom’, mas sim parabéns por se posicionar, por expor esses ridículos e saiba que seu lugar é onde você quiser”, escreveu a influenciadora Camila Faria.
LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar
LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.
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