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Fundo Amazônia será usado em ações emergenciais para Yanomami, diz Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente acusou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade contra o povo

30 jan 2023 - 10h58
(atualizado às 12h23)
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Marina Silva encontra Svenja Schulze em Brasília
Marina Silva encontra Svenja Schulze em Brasília
Foto: Ueslei Marcelino

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 30, que os recursos do Fundo Amazônia serão utilizados para financiar ações emergenciais de combate à crise humanitária vivida pelo povo indígena Yanomami em Roraima, incluindo ações de segurança para expulsar garimpeiros clandestinos da região.

Em entrevista coletiva ao lado da ministra da Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha, Svenja Schulze, em Brasília, Marina também acusou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade contra as comunidades indígenas.

"Os recursos do Fundo Amazônia serão deslocados para ações emergenciais. Essas ações emergenciais estão sendo tratadas em vários níveis, que envolvem desde a questão de saúde, o tratamento da grave situação de fome que está assolando essas comunidades, a parte de segurança para que essas pessoas possam ficar em suas comunidades --e isso tem a ver com as operações de desintrusão do garimpo criminoso dentro dessas comunidades", disse Marina.

Na coletiva, Schulze anunciou a doação por Berlim de 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia, que ficou paralisado durante o governo Bolsonaro e que está sendo retomado na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra alemã disse que esse montante poderá ser usado rapidamente. "Queremos fortalecer o Fundo Amazônia", afirmou Schulze.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se reunirá ainda nesta segunda com Lula em Brasília, na terceira perna de sua turnê pela América do Sul, que incluiu visitas à Argentina e ao Chile no fim de semana.

"Atitude genocida"

Ao comentar a crise humanitária, Marina não hesitou em responsabilizar o governo Bolsonaro pela situação vivida pelos membros da etnia em meio à invasão do território reservado a esta comunidade por garimpeiros ilegais.

Durante sua gestão, Bolsonaro reduziu o financiamento de agências de combate a crimes ambientais, como o Ibama, e por várias vezes defendeu a exploração mineral em terras indígenas. O uso de mercúrio no garimpo de ouro contamina os rios e prejudica essas populações.

"Não tenho dúvida que foi uma atitude genocida em relação às populações indígenas brasileiras e que o governo federal está agindo emergencialmente diante de uma situação difícil em que temos que recuperar as políticas, as instituições, os equipamentos públicos e ao mesmo tempo dar essas respostas", disse Marina na coletiva ao lado da ministra alemã.

"Tem havido também uma mobilização da sociedade civil brasileira, da comunidade científica, dos servidores públicos e, sobretudo, de vocês da imprensa, que têm cumprido um papel fundamental em tornar público para a sociedade brasileira o tamanho desse crime de lesa-pátria e de lesa-humanidade cometido pelo governo Bolsonaro", acrescentou.

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