Ginecologista é condenado a 277 anos de prisão por estuprar 21 mulheres em Anápolis
Nicodemos Júnior Estanislau Morais dizia ter criado "técnica mais completa" de exame e aproveitava para abusar das pacientes
O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado a 277 anos, 2 meses e 19 dias de reclusão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra 21 mulheres na cidade de Anápolis, no interior de Goiás.
A sentença foi proferida no dia 7 de junho pela juíza Lígia Nunes de Paula, da 2ª Vara Criminal da comarca de Anápolis. O médico ainda deverá pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada vítima.
Segundo do Tribunal de Justiça de Goiás, o ginecolostia foi condenado em dois processos. Em um deles, a setença foi de 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e, no outro, envolvendo 9 mulheres, foi de 114 anos.
“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Essa indispensável profissão, apesar de fundamental para a manutenção sadia da coletividade, não se sobrepõe a direitos de estirpe constitucional e tutelados pelo direito penal, como, dentro outros, o direito à liberdade e dignidade sexual”, observou a juíza em sua decisão.
A magistrada ainda ressaltou que Nicodemos "se valeu da sua condição de médico ginecologista para praticar os atos, desprestigiando sua profissão e demonstrando um alto nível de instrução”. O médico dizia para as pacientes que havia criado uma "técnica mais completa" de exame e aproveitava para abusar das pacientes.
Investigação
Nicodemos Júnior Estanislau Morais se tornou alvo de investigação depois que mulheres procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis para denunciar que foram vítimas de crimes sexuais dentro do consultório. Ele era vinculado ao plano de saúde América e atendia pacientes desse plano.
No início foram três vítimas, mas o caso ganhou repercussão e outras se sentiram seguras para registrar os crimes. Elas relataram diversos tipos de comportamento e comentários e atos com conotações sexuais por parte do ginecologista, o que as deixavam desconfortáveis e se sentindo “invadidas”.