Globo ignora homofobia e decide manter Cassia Kis em 'Travessia'
A alta cúpula da Globo alegou que não pode controlar as manifestações políticas dos contratados
Apesar de todas as polêmicas, a rede Globo bateu martelo e decidiu não demitir a atriz Cassia Kis da novela Travessia. A emissora deve mantê-la até o fim da trama de Gloria Perez e resolver o problema com o fim de suas participações na emissora.
De acordo com fontes, a situação teria sido discutida entre os diretores José Luiz Villamarim (de Redemoinho) e Ricardo Waddington (de Caldeirão com Mion) que, mesmo contra os comentários homofóbicos de Cassia, entenderam que a saída súbita da intérprete de Cidália poderia ser prejudicial à trama da novela e à própria emissora.
A alta cúpula da Globo alegou que não pode controlar as manifestações políticas dos contratados, ainda mais se as declarações acontecem fora do ambiente de trabalho.
Os executivos acrescentam que, sem um contrato com a emissora, Cassia poderia se sentir "à vontade" para dar mais entrevistas polêmicas. Além disso, a atriz sempre é pontual e, até o momento, não atrapalhou o cronograma das gravações de Travessia.
Apesar disso, vários colegas de trabalho encaminharam queixas contra seu comportamento ao departamento de compliance da Globo e ela própria denunciou atores da emissora por "assédio moral".
Cassia Kiss virou musa dos bolsonaristas após fazer declarações homofóbicas numa live com a jornalista Leda Nagle em outubro, razão pela qual está até sendo processada por outros atores da Globo, como é o caso do ator José de Abreu.
Ela também é criticada por participar de manifestações antidemocráticas no Rio de Janeiro contra o resultado da eleição presidencial de 2022. Os frequentadores dos atos a veem como um grande exemplo para a "luta".
Diante desta situação, não está claro qual será o destino da série Desalma, da Globoplay, que inclui Cassia Kis em seu elenco.