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Goleiro deixa campo após sofrer racismo em jogo do Milan; Infantino defende 'derrota automática'

Partida do Campeonato Italiano ficou paralisada por 5 minutos, foi retomada e terminou com a vitória milanista por 3 a 2

20 jan 2024 - 20h59
(atualizado em 22/1/2024 às 11h34)
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O francês Mike Maignan, goleiro do Milan, saiu de campo neste sábado depois de ser alvo de gritos racistas de torcedores da Udinese, no estádio Friuli, em Údine, em jogo da 21ª rodada do Campeonato Italiano. A partida ficou paralisada por cinco minutos, foi retomada e terminou com a vitória milanista por 3 a 2, com o gol da vitória marcado nos acréscimos da segunda etapa.

No primeiro tempo, o Milan vencia a Udinese por 1 a 0 (gol de Loftus-Cheek) e tinha um tiro de meta a seu favor. Antes da cobrança, Maignan sinalizou para os companheiros, caminhou até o árbitro e depois para a linha lateral. Os jogadores do Milan conversaram com Maignan, que tirou as luvas e desceu o túnel para o vestiário. O goleiro também contou ao árbitro sobre torcedores imitando macacos no início da partida, o que gerou um anúncio no estádio pedindo que as ofensas parassem.

"Não há absolutamente nenhum lugar para o racismo em nosso jogo: estamos horrorizados", publicou o Milan nas redes sociais com uma foto de Maignan conversando o árbitro. "Estamos com você, Mike."

O time do Milan voltou ao campo, e Samardzic empatou antes do fim do primeiro tempo. A Udinese virou no início do segundo tempo com Thauvin. O Milan chegou ao novo empate aos 38 minutos, com Jovic, que tinha entrado sete minutos antes. O gol da vitória saiu aos 48 minutos com Okafor.

Com a vitória, o Milan chegou aos 45 pontos e está em terceiro lugar. O time volta jogar no sábado que vem, contra o Bologna, em Milão. Já a Udinese, que deve ser punida pelo episódio de racismo, enfrenta a Atalanta, também no sábado. A Udinese está na 16ª posição, com 18 pontos, e pode terminar a rodada na zona de rebaixamento.

No outro jogo de sábado do Italiano, a Roma venceu a Verona por 2 a 1 no primeiro jogo do time após a saída do técnico José Mourinho. Os gols foram de Lukaku e Pellegrini. Folorunsho marcou para a Verona, que está entre as equipes que caem para a segunda divisão, com 17 pontos. A Roma está em sétimo lugar, com 32 pontos.

Infantino reprova racismo e defende derrota 'automática'

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, lamentou novo episódio de racismo no futebol e elevou o tom contra a discriminação nos gramados pelo mundo. Poucas horas depois do goleiro Mike Maignan ser alvo de ofensas por parte de torcedores da Udinese, ele defendeu a derrota "automática" para os times cujas torcidas venham a cometer atos discriminatórios.

"Além do procedimento de três etapas (partida interrompida, partida interrompida mais uma vez e partida abandonada), temos que implementar uma desistência automática para o time cujos torcedores cometeram atos de racismo e causaram o abandono da partida, bem como vetos nos estádios pelo mundo e denúncias acusações criminais para os racistas", declarou Infantino, em comunicado.

Ele se referia a dois casos de discriminação ocorridos neste sábado, um deles em Sheffield, na Inglaterra. O que mais chamou a atenção foi o que teve o goleiro do Milan como alvo no estádio Friuli, em Údine, em jogo da 21ª rodada do Italiano. "Eles fizeram sons de macaco e não é a primeira vez que isso acontece comigo", disse o goleiro francês, de 28 anos.

Infantino lamentou o episódio. "Os acontecimentos que ocorreram em Udine e Sheffield no sábado são totalmente abomináveis e completamente inaceitáveis. Não há lugar para racismo ou qualquer forma de discriminação - tanto no futebol como na sociedade. Os jogadores afetados pelos acontecimentos de sábado têm o meu total apoio", declarou.

"A Fifa e o futebol mostram total solidariedade às vítimas do racismo e de qualquer forma de discriminação. De uma vez por todas: Não ao racismo! Não a qualquer forma de discriminação!", afirmou.

O presidente da Fifa pediu o maior envolvimento de todas as partes envolvidas no futebol para coibir novos casos de racismo. "Precisamos que TODAS as partes interessadas relevantes tomem medidas, começando pela educação nas escolas, para que as gerações futuras entendam que isso não faz parte do futebol ou da sociedade."

Estadão
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