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Feminismo: o que é, tipos, pilares e conquistas

Conheça as conquistas do movimento que busca a igualdade de gênero e saiba mais sobre as diferentes correntes que surgiram ao longo do tempo

7 abr 2023 - 05h00
(atualizado em 3/10/2023 às 16h32)
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Feminismo, entenda o movimento, ondas e vertentes
Feminismo, entenda o movimento, ondas e vertentes
Foto: Natalia Nunes/ Casa Lab

A luta das mulheres não é algo novo. Ao longo dos séculos, mulheres em todo o mundo têm se unido para reivindicar igualdade, justiça e liberdade. O feminismo, aos poucos, foi mudando o rumo da sociedade como um todo, desafiando o patriarcado, as normas de gênero e uma desigualdade histórica. 

Se hoje o voto feminino é permitido, se há leis que criminalizam a violência doméstica e, até mesmo, representantes femininas no Congresso Nacional é devido às lutas feministas que trouxeram à tona questões primordiais.

O feminismo empodera as mulheres, incentivando-as a reconhecerem seu próprio valor e a defenderem seus direitos. Nos últimos anos, tem desempenhado um papel cada vez mais impactante na sociedade, influenciando mudanças significativas em diversos aspectos da vida cotidiana. 

Resumo

  • O feminismo é um movimento social que luta pela igualdade de gênero e pelos direitos iguais entre homens e mulheres;
  • O feminismo existe desde a Grécia Antiga e segue vivo até os dias atuais;
  • A luta feminista é pautada em 5 pilares: igualdade de gênero, autonomia, combate à violência de gênero, empoderamento feminino e interseccionalidade;
  • Existem quatro ondas que classificam os momentos da luta feminista: primeira, segunda, terceira e quarta, a onda atual;
  • O feminismo não é único, existem diferentes vertentes dentro do movimento, como o feminismo negro, feminismo marxista e o feminismo radical.

O que é feminismo?

Esse movimento político, social e cultural tem como objetivo lutar pela igualdade de gênero e pelo reconhecimento dos direitos das mulheres, independentemente de sua identidade de gênero, orientação sexual, raça, etnia ou religião. 

Ou seja, é um movimento político interseccional que leva em consideração a diversidade e as particularidades de cada grupo de mulheres.

O feminismo defende a ideia de que as mulheres devem ter as mesmas oportunidades e direitos que os homens, tanto na esfera pública, quanto na privada. Ele busca abordar uma série de questões, incluindo desigualdade salarial, violência de gênero, direitos reprodutivos, discriminação no local de trabalho e representação política. 

Há uma diversidade de correntes e perspectivas dentro do feminismo, mas todas compartilham um foco em comum: a igualdade de gênero.

O principal objetivo do feminismo é acabar com todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres, além de promover a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos os gêneros, na qual as mulheres possam exercer plenamente sua cidadania e ter voz ativa em todos os setores da vida social.

O feminismo combate ativamente o sexismo, impedindo que os estereótipos de gênero, a discriminação e a desigualdade salarial sejam fatores marcantes na vida das mulheres.

A luta por igualdade de gênero não é um fenômeno recente. Desde a Grécia Antiga até os dias atuais, mulheres se organizam politicamente e buscam movimentar-se na sociedade, quebrando barreiras e construindo novos cenários.

Os cinco pilares do feminismo

Os pilares do feminismo são os princípios e ideias centrais que guiam a luta das mulheres feministas pelos direitos e oportunidades entre pessoas de todos os gêneros. Alguns dos pilares mais importantes incluem:

Igualdade de Gênero

O primeiro pilar do feminismo é a busca pela igualdade de gênero. Isso significa que todas as pessoas, independentemente do seu gênero, devem ter as mesmas oportunidades, direitos e acesso aos mesmos recursos. 

Por isso, o movimento luta para eliminar a discriminação de gênero em todas as esferas da vida, incluindo no trabalho, na educação, na política e na vida pessoal. 

A igualdade de gênero não se trata apenas de dar às mulheres as mesmas oportunidades dos homens, mas também de desconstruir estereótipos de gênero que limitam o potencial das mulheres.

Autonomia 

O segundo pilar do feminismo fala sobre a autonomia das mulheres. Isso significa que as mulheres têm o direito de fazer escolhas sobre suas vidas, seus corpos e seus destinos sem interferência ou controle externo. 

Isso inclui o direito ao acesso à contracepção, ao aborto seguro e ao controle sobre sua própria sexualidade, tendo a liberdade de tomar decisões que afetem seu bem-estar e seu futuro.

Combate à violência de gênero

O terceiro pilar do feminismo é o combate à violência de gênero. Isso inclui a conscientização e a luta contra todas as formas de violência, seja ela física, sexual, emocional ou econômica, que são direcionadas principalmente às mulheres. 

O feminismo trabalha para criar sociedades em que as mulheres possam viver sem o medo de abusos e onde todas as vítimas de violência de gênero recebam o apoio necessário para se recuperar e buscar justiça. Isso inclui ter acesso à suporte jurídico, social e psicológico em casos de violência.

Empoderamento feminino

O quarto pilar do feminismo é o empoderamento feminino. Isso envolve o fortalecimento das mulheres para que elas possam se destacar em todas as áreas da vida, seja na carreira, na política, na cultura ou na comunidade. 

O feminismo busca eliminar os obstáculos que limitam o progresso das mulheres e promove a ideia de que as mulheres têm a capacidade e o direito de serem líderes, influenciadoras e agentes de mudança em suas próprias vidas e na sociedade em geral.

Interseccionalidade

O quinto pilar do feminismo é a interseccionalidade. O movimento reconhece que a opressão de gênero afeta as mulheres de maneiras diferentes, dependendo de sua raça, classe social, orientação sexual ou identidade de gênero, por exemplo.

Portanto, a ideia é criar um movimento inclusivo que dê voz a todas as mulheres, especialmente aquelas que são marginalizadas ou oprimidas de maneira mais significativa. A solidariedade, também chamada de sororidade, entre as mulheres é fundamental para o sucesso do movimento feminista, pois juntas podem enfrentar desafios de forma mais eficaz.

Qual a história do feminismo?

A história da luta das mulheres tem suas raízes na Grécia Antiga, onde pensadoras como Hipárquia e Aspásia questionaram o papel submisso das mulheres na sociedade. 

Hipárquia, por exemplo, desafiou as normas de sua época ao estudar filosofia, algo que era restrito aos homens, até então. Já Aspásia, uma mulher notável na Atenas de Péricles, foi uma influente cortesã e filósofa que exerceu grande poder intelectual.

Já na Idade Média, o feminismo foi, em grande parte, silenciado devido à influência da Igreja Católica e às normas patriarcais que predominavam. As mulheres eram frequentemente relegadas ao papel de esposas e mães, com poucas oportunidades de educação ou participação na vida pública ou política, o que se estendeu por muitos anos.

Outro momento histórico marcante foi a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Foi ali que as mulheres começaram a reivindicar igualdade de direitos com os homens. 

Em 1791, Olympe de Gouges, uma escritora e ativista francesa, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, que buscava estender os direitos civis e políticos às mulheres. No entanto, suas ideias foram rejeitadas e ela foi executada por suas crenças.

No início do século XX, o movimento feminista ganhou força no mundo todo, inclusive no Brasil. Em 1922, a escritora e ativista Bertha Lutz fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, uma organização que lutava pelos direitos das mulheres, como o direito ao voto e à educação. 

Em 1932, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de voto, após uma longa luta liderada por mulheres como Bertha Lutz e outras figuras importantes do movimento feminista brasileiro.

Quais são as ondas do feminismo?

O movimento feminista foi dividido no que chamamos de “ondas do feminismo”, que variam de acordo com as diferentes fases, características e objetivos:

  • Primeira onda: final do século XIX e início do século XX;
  • Segunda onda: teve início nos anos 1960 e durou até 1970;
  • Terceira onda: teve início nos anos 1990;
  • Quarta onda: a fase atual do movimento.

Ao longo dos anos, o feminismo passou por diferentes momentos e evoluiu para atender às necessidades em constante mudança das mulheres em todo o mundo. 

Primeira Onda

A primeira onda do feminismo surgiu no final do século XIX e início do século XX, tendo como principal objetivo o direito ao voto feminino. Na época, as mulheres não podiam votar nem ser eleitas, e as sufragistas lutaram para mudar essa realidade.

Entre as principais figuras da primeira onda do feminismo, destacam-se Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton, nos Estados Unidos, e Bertha Lutz, no Brasil.

No entanto, é importante ressaltar que a primeira onda do feminismo foi predominantemente branca e de classe média, e deixou de lado as demandas das mulheres negras, por exemplo.

Primeira onda do feminismo ocorreu no final do século XIX e início do século XX
Primeira onda do feminismo ocorreu no final do século XIX e início do século XX
Foto: Reprodução

Segunda Onda

Já a segunda onda surgiu nos anos 1960 e 1970, tendo como pautas principais o direito ao trabalho, o acesso à educação e a luta contra a violência doméstica e sexual. 

Essa onda foi marcada por manifestações, como o "Bra Burning" (queima de sutiãs), e por figuras importantes como Simone de Beauvoir, Betty Friedan e Angela Davis. 

Na segunda onda, as mulheres negras começaram a ganhar mais espaço. Aqui, o feminismo negro começou a tomar força e a luta pela igualdade de gênero se uniu com a luta contra o racismo e a desigualdade racial.

Segunda onda do feminismo ocorreu nos anos 1960 e 1970
Segunda onda do feminismo ocorreu nos anos 1960 e 1970
Foto: Reprodução

Terceira Onda

A terceira onda do feminismo surgiu nos anos 1990, e teve como foco a desconstrução dos estereótipos de gênero e a valorização da diversidade. As demandas da terceira onda incluíam a luta contra a homofobia e a transfobia e a valorização da sexualidade feminina. 

Entre as principais figuras da terceira onda do feminismo, destacam-se Rebecca Walker, Gloria Steinem e bell hooks. 

Aqui, o feminismo interseccional ganhou força, juntamente com o feminismo negro. Isso porque, por mais que o fator gênero una todas as mulheres, as injustiças e opressões não são as mesmas. 

Rebecca Walker, considerada uma das principais vozes da terceira onda do feminismo
Rebecca Walker, considerada uma das principais vozes da terceira onda do feminismo
Foto: Reprodução

Quarta Onda

Por fim, a quarta onda do feminismo surgiu no início do século XXI, e tem como pautas principais a luta contra o assédio sexual, a igualdade salarial e a representatividade das mulheres na política e em outras esferas de poder.

Essa onda é marcada pela mobilização nas redes sociais e pela valorização da sororidade e do ativismo online. Entre as figuras importantes da quarta onda do feminismo, destacam-se Malala Yousafzai, Emma Watson e Chimamanda Ngozi Adichie. 

Na quarta onda, as mulheres negras têm ganhado cada vez mais espaço e visibilidade, e surgem movimentos como o afro-feminismo, que buscam uma abordagem ainda mais interseccional e inclusiva do feminismo.

Quais são as vertentes do feminismo?

Um dos maiores equívocos sobre o feminismo é acreditar que é um movimento único, com pensamentos unânimes e as mesmas reivindicações. 

Na verdade, é um movimento social diverso que abrange diferentes vertentes e perspectivas. Essa diversidade se dá pela necessidade de considerar as particularidades e intersecções de opressões que as mulheres enfrentam.

É preciso entender que mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e periféricas, por exemplo, enfrentam desafios específicos, que, muitas vezes, são diferentes dos enfrentados por mulheres brancas de classe média. 

Por isso, é importante que as vertentes do feminismo sejam abertas a mais recortes sociais, de classe, raça e diversidade sexual, para que possam abranger a diversidade e complexidade das experiências femininas. É preciso reconhecer e valorizar as diferentes lutas feministas e a importância da interseccionalidade na construção de um movimento mais inclusivo e efetivo.

É possível perceber essa diferenciação no próprio símbolo do feminismo usado por cada uma das vertentes. O feminismo em geral utiliza o espelho de vênus, o símbolo do feminino, como simbologia principal do movimento.

Já o feminismo negro utiliza o espelho de vênus com um punho cerrado, representando a resistência das mulheres negras.

Abaixo, confira as principais vertentes do movimento feminista:

Feminismo radical

O feminismo radical é uma vertente que surgiu na década de 1960 e defende uma mudança completa nas estruturas sociais e políticas que perpetuam a opressão das mulheres. 

Essa corrente acredita que a raiz da opressão está na dominação patriarcal e, por isso, busca uma mudança radical no sistema, através da luta por direitos reprodutivos, a descriminalização do aborto, além de denunciar a violência contra a mulher. 

O feminismo radical não é monolítico e inclui muitas mulheres lésbicas e bissexuais. A vertente é criticada por algumas feministas por sua exclusão de mulheres trans e por sua visão essencialista da feminilidade.

Em resumo, essa vertente acredita que é preciso destruir o patriarcado para acabar com a opressão de gênero na sociedade. Somente assim que meninas e mulheres poderão alcançar seus direitos e romperem com a desigualdade. Aqui, se acredita que o gênero é criado pelo próprio sistema patriarcal. 

Além disso, muitas feministas radicais veem a pornografia e a prostituição como formas de exploração das mulheres e buscam a abolição dessas indústrias.

Alguns nomes importantes para essa vertente são: Phyllis Chesler, Catharine MacKinnon, Germaine Greer e a brasileira Lola Aronovich.

Feminismo liberal

Há quem diga que o feminismo liberal nasceu em 1960 nos EUA, mas há indícios que ainda durante a Revolução Francesa essa vertente já havia encontrado adeptas, sendo Mary Wollstonecraft a mais conhecida e considerada como uma das pioneiras do movimento feminista.

O principal objetivo é buscar a igualdade jurídica, política e econômica entre homens e mulheres. Acredita-se que as mulheres devem ter acesso igualitário às mesmas oportunidades que os homens e defende a luta por direitos civis, políticos e econômicos. 

Essa corrente foca em questões como igualdade salarial, inclusão das mulheres em cargos de poder, direito ao voto e outras pautas que buscam a equidade de gênero na sociedade. É importante destacar que muitas mulheres negras questionam a limitação da luta liberal, que não leva em consideração as questões de raça e classe.

O feminismo liberal é uma abordagem que busca a igualdade de gênero por meio do empoderamento das mulheres e da promoção de direitos individuais. Embora tenha suas críticas e desafios, ele desempenha um papel importante na luta contínua pela igualdade de gênero, já que costuma ser a porta de entrada para muitas jovens que buscam o feminismo politicamente.

Alguns nomes importantes para essa vertente são: Betty Friedan, Emma Watson e a brasileira Eva Blay.

Feminismo marxista

O feminismo marxista tem raízes profundas no pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels, os fundadores do que conhecemos como marxismo.

Embora Marx e Engels tenham se concentrado principalmente nas questões econômicas e de classe, suas teorias também continham elementos que eram relevantes para a compreensão das opressões de gênero.

A vertente ganhou força no século XX e começou a ser vista como uma vertente distinta. Basicamente, esse movimento entende que a opressão de gênero está intrinsecamente ligada à opressão de classe e que a verdadeira emancipação das mulheres só pode ser alcançada por meio de uma revolução socialista. 

Ou seja, acredita-se que a opressão das mulheres é um subproduto da exploração do trabalho doméstico e de cuidado não remunerado. O feminismo marxista defende a luta pela igualdade salarial, pela socialização dos trabalhos domésticos e pela ampliação das políticas públicas de cuidado. 

Algumas críticas apontam que essa vertente nem sempre inclui as questões de gênero e sexualidade em suas análises, focando no marxismo como um sistema econômico.

Existiram grandes nomes dentro desse movimento, como Clara Zetkin, Alexandra Kollontai, Frida Kahlo, Rosa Luxemburgo e a brasileira Heleieth Saffioti.

Feminismo negro

O feminismo negro nasce a partir da demanda de mulheres negras que já estavam lutando em coletivos e organizações contra o racismo, mas que não faziam o recorte de gênero. Além disso, com o avanço do feminismo, ficou ainda mais evidente a segregação entre mulheres brancas e negras.

Ou seja, surgiu da necessidade de colocar as mulheres negras no centro, já que historicamente têm sido marginalizadas e invisibilizadas dentro do movimento feminista. 

Essa vertente do feminismo entende que a luta contra o racismo e a luta contra o sexismo são inseparáveis e que as mulheres negras sofrem opressões específicas que precisam ser abordadas de forma interseccional. 

A questão de gênero se entrelaça com a questão racial e de classe, e por isso o feminismo negro busca abordar as experiências das mulheres negras de forma plural, incluindo as vivências de mulheres trans e não-binárias. 

O feminismo negro luta contra a violência policial, o encarceramento em massa, o genocídio da juventude negra, o racismo institucional e as desigualdades socioeconômicas que afetam as mulheres negras.

Essa vertente tem raízes profundas nos Estados Unidos, remontando ao ativismo de mulheres negras como Sojourner Truth e Ida B. Wells no século XIX. No entanto, foi na década de 1960 e 1970 que o movimento ganhou força significativa, com figuras notáveis como Angela Davis, bell hooks e Audre Lorde liderando a luta por igualdade racial e de gênero.

Mas o Brasil não ficou atrás. Por aqui, figuras como Lélia González, Sueli Carneiro e Luiza Bairros movimentaram a estrutura política, intelectual e social.

A professora, autora e teórica feminista norte-americana bell hooks
A professora, autora e teórica feminista norte-americana bell hooks
Foto: KARJEAN LEVINE

Feminismo interseccional

O feminismo interseccional surgiu no final da década de 1980 e busca compreender as opressões que afetam mulheres de diferentes grupos sociais. Essa vertente entende que as opressões estão entrelaçadas e que não se pode lutar contra a opressão de uma mulher sem levar em consideração suas particularidades.

O termo "interseccionalidade" foi cunhado pela professora de direito Kimberlé Crenshaw na década de 1980. Ela argumentou que as mulheres negras, por exemplo, enfrentam uma forma única de discriminação que não pode ser compreendida apenas através das lentes do feminismo ou do antirracismo separadamente. Em vez disso, as experiências das mulheres negras resultam de uma interseção complexa de identidades de gênero e raça.

O feminismo interseccional reconhece que as mulheres não são um grupo único, e que as opressões que elas enfrentam variam significativamente com base em suas identidades múltiplas. Ele se esforça para ser inclusivo e dar voz a todas as mulheres, especialmente aquelas que estão à margem da sociedade.

Assim como Kimberlé Crenshaw, outras mulheres negras se destacam nas discussões sobre essa vertente: Roxane Gay, Laverne Cox e a brasileira Beatriz Nascimento.

Ecofeminismo

O ecofeminismo é uma vertente do feminismo que entende a relação entre a opressão das mulheres e a degradação ambiental, buscando uma mudança na relação humana com a natureza. 

O ecofeminismo parte do pressuposto de que a exploração dos recursos naturais e a opressão das mulheres têm raízes semelhantes no sistema capitalista patriarcal.

A perspectiva ecofeminista considera que a exploração da natureza é uma forma de violência que afeta principalmente as mulheres e as comunidades mais vulneráveis, que dependem do meio ambiente para sobreviver. 

É importante ressaltar que, assim como outras vertentes do feminismo, o ecofeminismo precisa levar em conta as questões de raça, classe e gênero para abordar as desigualdades ambientais de forma plural e inclusiva.

O feminismo no Brasil

A história do feminismo no Brasil é marcada pela luta por igualdade de gênero e direitos das mulheres ao longo dos séculos. Embora as raízes do movimento feminista brasileiro sejam no período colonial, o movimento só ganhou força no século XX. Mas desde então, cada vez mais, esse movimento social e político tem ganhado visibilidade e força política e social.

Um dos fatos mais marcantes da luta feminista no Brasil aconteceu em 1932: o voto feminino passou a ser permitido. Essa foi uma vitória importante para as mulheres brasileiras e deu início a uma série de transformações sociais. 

Além disso, em momentos estratégicos da história como a Ditadura Militar, por exemplo, o feminismo teve um papel significativo resistindo ao regime autoritário e na luta pelos direitos humanos.

Mas é inegável que foi depois dos anos 2000 que o cenário começou a mudar para as mulheres. Nas últimas décadas, o feminismo brasileiro alcançou várias conquistas importantes. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, foi um marco na luta contra a violência doméstica, proporcionando maior proteção e recursos para as vítimas. 

Já em 2015, o Brasil testemunhou a aprovação da Lei do Feminicídio, que tornou o assassinato de mulheres por razões de gênero um crime específico.

Outra conquista notável foi a Lei de Cotas para Mulheres nas Eleições, que estabeleceu uma porcentagem mínima de candidatas do sexo feminino nas eleições políticas. Essa medida tem contribuído para aumentar o número de mulheres em cargos públicos e fortalecer sua voz na política, a representatividade no meio e garantir que todos tenham os mesmos acessos aos lugares de tomada de decisão.

Quais são as maiores conquistas do feminismo no Brasil?

  • Direito a frequentar escolas e faculdades
  • Direito ao voto
  • Lei do Divórcio
  • Lei Maria da Penha
  • Lei do Feminicídio

Toda a luta feminista e a busca por direitos iguais ao longo dos anos não foi em vão. Ainda há passos a serem percorridos, mas muitos dos direitos que hoje são considerados básicos foram negados por séculos, como é o caso do direito ao voto.

O feminismo é um movimento social importante que lutou e continua lutando pela igualdade de gênero. No Brasil, por exemplo, as mulheres enfrentaram e ainda enfrentam diversas barreiras sociais, culturais e políticas.

Por mais que as mulheres têm enfrentado desafios históricos, incluindo a falta de direitos políticos, discriminação no local de trabalho, desigualdade salarial e violência de gênero, o feminismo alcançou conquistas significativas que moldaram a sociedade e abriram portas para as gerações futuras. 

Uma das conquistas mais marcantes do feminismo mundial foi a luta pelo direito ao voto. O movimento sufragista, que ganhou força no final do século XIX e início do século XX, resultou na aprovação da 19ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos em 1920, que garantiu o direito de voto às mulheres. Essa vitória marcou o início de uma maior participação das mulheres na política e na tomada de decisões. 

Mas é importante lembrar que esse direito foi exclusivo para as mulheres brancas, já que somente em 1965 foi permitido que pessoas negras votassem em todos os estados dos EUA.

Outra grande conquista foi o direito das mulheres à educação. No Brasil, por exemplo, as mulheres tiveram acesso limitado à educação por muitos anos, sendo impedidas de frequentar escolas e universidades. Graças às lutas feministas, hoje as meninas podem frequentar a escola e ter as mesmas oportunidades de aprendizado que os meninos.

O movimento alcançou conquistas significativas, desde o direito ao voto até o empoderamento econômico e a conscientização sobre o sexismo. Embora ainda haja muito trabalho a ser feito na busca pela igualdade de gênero, é importante reconhecer e celebrar as conquistas alcançadas até o momento. 

O feminismo continua a desempenhar um papel vital na luta por um mundo mais igualitário, onde todos os indivíduos, independentemente do gênero, tenham as mesmas oportunidades e direitos.

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Fonte: Redação Nós
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