'Há espaço para a defesa', diz advogado de Daniel Alves após assistir vídeos da boate
Defesa do jogador assistiu a mais de 7 horas de imagens registradas pelo circuito interno da boate em que jovem denuncia ter sido estuprada
Os advogados de Daniel Alves, de 39 anos, afirmaram que "há jogo, há espaço para defesa do jogador", após analisarem mais de sete horas de gravações registradas pelo circuito interno de TV da boate Sutton, em Barcelona. A casa noturna é o local em que uma jovem de 23 anos denuncia ter sido agredida sexualmente pelo jogador, no banheiro da área VIP, no dia 30 de dezembro de 2022.
A afirmação esperançosa de reverter a prisão e provar a inocência do atleta foi dada pelo advogado Cristóbal Martell, responsável pela defesa do lateral-direito, ao jornal espanhol "La Vanguardia". De acordo com o veículo internacional, o advogado "mostrou poucas dúvidas sobre a liberação provisória" de Daniel Alves.
Com passagens pelo Barcelona, São Paulo, seleção brasileira, entre outros clubes, o brasileiro está preso de forma preventiva desde 20 de janeiro. O jogador está em reclusão no presídio Brians 2. Ele nega as acusações. A defesa também alega que a relação foi consensual e que Alves mentiu para não revelar a traição à esposa. A vítima nega essa alegação, e a Promotoria afirma que há provas que comprovam a agressão sexual.
Nesta segunda-feira, 30, a defesa de Daniel Alves apresentou recurso à Justiça espanhola pedindo a soltura dele. O documento, com mais de 20 páginas, apresenta garantias de que ele não fugirá da Espanha, citando no texto diversas medidas para tentar a liberdade do atleta, como:
- Entrega dos dois passaportes, o espanhol e o brasileiro;
- Uso de pulseira eletrônica;
- Se necessário, que o brasileiro se apresente no tribunal local diariamente;
- Que Daniel Alves fique proibido de se aproximar ou se comunicar de qualquer forma com a vítima.
Digitais encontradas reforçam versão da vítima, diz polícia
Conforme reportagem publicada pelo jornal "El Periódico", os investigadores à frente do caso afirmam que as impressões digitais do jogador e da vítima correspondem à descrição dos fatos dada pela jovem em depoimento às autoridades.
Segundo o jornal espanhol, as digitais encontradas no banheiro da boate se encaixam na dinâmica dos fatos relatada pela vítima. No total, foram encontradas sete impressões digitais da mulher, incluindo algumas na caixa de descarga do sanitário. Para os investigadores entrevistados pelo "El Periódico", não faz sentido que as mãos da jovem estivessem neste local se a versão de Daniel Alves fosse verdadeira.
Ainda de acordo com o jornal, essas impressões digitais achadas no banheiro são "suficientemente significativas" e podem auxiliar a Unidade Central de Agressões Sexuais a determinar a posição corporal em que a jovem estava ao colocar seus dedos na caixa de descarga.