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Homem adota filho da ex e vídeo viraliza: “Não imaginava essa repercussão"

Rodrigo Medina Lopes filmou a reação de Bruno ao descobrir que o processo de adoção foi finalizado, após 9 anos de espera

10 jun 2022 - 07h51
(atualizado às 09h00)
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Rodrigo Medina Lopes filmou a reação de Bruno ao descobrir que o processo de adoção foi finalizado, após 9 anos de espera
Rodrigo Medina Lopes filmou a reação de Bruno ao descobrir que o processo de adoção foi finalizado, após 9 anos de espera
Foto: Instagram/@medinandoo / Reprodução

O corretor e executivo hoteleiro Rodrigo Medina Lopes, 45, não imaginava as proporções que um post em rede social tomaria. Em 20 de maio, ele gravou a reação do filho, Bruno, 11,  ao saber que o seu longo processo de adoção foi finalizado e agora ambos compartilhavam o mesmo sobrenome: Lopes.  Rodrigo publicou o vídeo. As curtidas e compartilhamentos foram crescendo até que a história viralizou na última terça-feira (7).    

“Não imaginava essa repercussão. Fiz o vídeo para registrar e eternizar o momento, para ele [Bruno] nunca esquecer”, conta Rodrigo ao Terra. O corretor já estava habituado a compartilhar imagens do dia a dia com o filho nas redes, mas o desejo de eternizar memórias se intensificou após enfrentar um câncer no ano passado. Rodrigo está recuperado, mas a doença é a mesma que vitimou a mãe de Bruno, Rejane, com quem o corretor viveu um relacionamento de mais de 15 anos. 

O vídeo também provocou outra surpresa: o assédio feminino. Rodrigo, que atualmente está solteiro, já conquistou admiradoras e recebeu até pedido de casamento. Segundo ele, o 'assédio' é uma novidade, "nunca fiz muito sucesso, sou baixinho". 

Em entrevista ao Terra, Rodrigo relembra o processo de adoção e reflete sobre a repercussão do vídeo, que vem fomentando discussões sobre adoção e ausência do nome paterno das certidões de nascimento no Brasil. 

Uma história não convencional

“O Bruno sempre teve a curiosidade de ver como a mãe dele andava, falava, mas a gente não tinha o hábito de filmar as coisas como temos hoje”, relembra. Rejane faleceu em 2013, dois anos após o nascimento de Bruno e do diagnóstico de câncer no útero. Rodrigo conheceu Rejane quando ambos eram adolescentes e viviam na região metropolitana de Porto Alegre.  Ao atingir a maioridade, eles foram morar juntos e tiveram uma filha chamada Luana. A separação veio somente aos 30 anos.  

Rejane teve um breve relacionamento com outro homem, engravidou e em dezembro de 2010 Bruno nasceu. O pai biológico sempre foi ausente, já Rodrigo sempre esteve presente. Além de ser amigo da ex-mulher eles compartilhava os cuidados com a filha mais velha. “Naquela época eu era o ex-marido, mas era o pai da filha dela e convivia com ele [Bruno] desde que ele era recém-nascido”, conta o corretor que passou a morar bem próximo da ex, "a duas casas dela". 

Rodrigo e Bruno passeando em Porto Alegre (RS)
Rodrigo e Bruno passeando em Porto Alegre (RS)
Foto: Instagram/@medinandoo / Reprodução

Por volta dos seis meses de idade, Bruno sofreu uma severa dermatite atópica, “ficou em pele viva” e teve que ser internado. O seu estado de saúde era grave. Um momento dramático, mas crucial para Rodrigo perceber o tamanho do seu afeto. "Naquele momento, tudo ficou muito palpável. Eu pensava ‘esse guri é muito meu, eu amo esse guri’", relembra. 

Bruno se recuperou e o 'Tio Rodrigo' pouco a pouco passou a desempenhar um papel de pai. “Às vezes ele chorava e ela [Rejane] falava ‘vai com o tio Rodrigo que ele gosta. Eu curti ele desde bebê,  levei ele pela primeira vez pra cortar o cabelo”. Em 2011, Rejane descobriu um câncer, começou o tratamento, mas a doença avançou rapidamente. Rodrigo continuou ao seu lado, “eu  levava aos tratamentos, ficava com o Bruno, sempre revezava [os cuidados] com a mãe dela e o amor foi se tornando um amor mais puro". 

Já no leito paliativo, ela pediu para que Rodrigo cuidasse de Bruno. "Ela reuniu a família e disse que não queria que Bruno ficasse com outra pessoa a não ser com o Rodrigo”, conta. Um pedido prontamente aceito pela família. O processo de adoção levou 9 anos. Neste intervalo o executivo hoteleiro também contou com  apoio da mãe e da ex-sogra [Noemi], com quem, aliás ele tem um ótimo relacionamento, “é uma relação quase de mãe”.  

O apoio que Rodrigo recebeu ao longo dos anos foi grande, mas alguns também o criticaram com comentáris como "'tu é louco, você pode morar em qualquer lugar do mundo e tu decide ficar com uma criança que não é tua'". 

A comemoração da licença paternidade foi com uma viagem de pai e filho ao Rio de Janeiro. Uma dupla celebração já que apenas com a finalização do processo de adoção Bruno pode deixar o estado do Rio Grande do Sul e realizar o sonho de viajar de avião.    

A repercussão inesperada traz também um desejo, Rodrigo gostaria que a  sua história provoque "debates sobre a adoção" e que suas ações sociais tenham credibilidade, para que assim  ele possa alcançar e ajudar mais pessoas.   

Fonte: Redação Terra
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