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Homem ataca terreiro de candomblé com marreta em Recife: "Somos uma casa de resistência"

Vídeo da destruição foi publicado nas redes sociais da casa Ilê Oyá Igbalé Funan

5 jul 2024 - 10h54
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Resumo
Um homem identificado como Thiago Campelo de Melo foi filmado destruindo um espaço de convivência do terreiro de candomblé Oyá Igbalé Funan. Na gravação, é possível ver que o homem está acompanhado da esposa, que não teve a identidade revelada e apenas assiste a situação.
Segundo membros do terreiro, o espaço era dedicado às crianças da comunidade
Segundo membros do terreiro, o espaço era dedicado às crianças da comunidade
Foto: Reprodução: Instagram/oyaigbalefunan

Um homem de 43 anos, identificado como Thiago Campelo de Melo, foi filmado destruindo o espaço de convivência de um terreiro de candomblé em Recife, Pernambuco, com uma marreta. O vídeo foi publicado pelo perfil da casa Ilê Oyá Igbalé Funan no Instagram.

Na gravação, é possível ver que o homem está acompanhado de uma mulher, que seria sua esposa, cuja identidade não foi revelada. Essa mulher apenas assiste à situação e, então, diz para as pessoas procurarem uma delegacia antes de ir embora com ele. "Está quebrando as coisas aqui, com marreta, quebrando as coisas do vizinho", diz uma das vítimas em vídeo.

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Segundo membros do terreiro, o espaço era dedicado às crianças da comunidade. "Nosso espaço não tira o direito de ir e vir. Somos pessoas de paz, só queremos o crescimento de nossa comunidade. Esse homem e a mulher dele tentaram destruir nosso sonho. Mas não vão conseguir", informou a casa na última quinta-feira, 4.

"Racistas, fascistas não passarão. Somos uma casa de resistência e estamos cada vez mais fortes. Nos ajudem a transformar nosso espaço de convivência infantil. Axe, ancestralidade nagô."

Segundo a mãe de santo Elaine Bezerra Torres, o homem é vizinho do terreiro há seis meses e as desavenças começaram na terça-feira, 2, por causa do espaço de convivência construído para as crianças. 

"Ontem [terça-feira, 2] disponibilizei um tempo para comprar os jarros, fazer os bancos, e hoje [quarta, 3] seria a inauguração com as crianças pintando as amarelinhas e o armário de livros. E esse vizinho (...) não gosta da ideia. Ele diz que naquela área vão sentar 'marginais' e que, quando chegar [em casa] à noite, vai ser assaltado", disse ela à TV Globo, ressaltando que a esposa de Thiago já teria sido racista com as pessoas da casa.

Os vizinhos chamaram a polícia e Thiago foi conduzido à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, onde foi registrado um boletim de ocorrência por depreciação e injúria.

De acordo com o site g1, a advogada das vítimas Patrícia Teodósio afirmou que o delegado não aceitou registrar a denúncia como injúria racial.

"Ele [o delegado] falou que esse boletim de ocorrência se tratava apenas do que aconteceu hoje de manhã. Aí ele incluiu injúria, por entender que, ao afirmar que o banco e o espaço que estavam sendo construídos no local iam atrair marginais, ele estaria injuriando. Mas, em relação à injúria cometida ontem pela esposa dele, à noite (...), ele não registrou", contou a advogada ao g1.

O Terra NÓS entrou em contato com a Polícia Civil para mais esclarecimentos. Não foi possível localizar a defesa de Thiago Campelo de Melo. O espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: Redação Nós
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