Homem é suspeito de racismo e agressão contra criança negra brasileira em Portugal
Produtor acusou criança de roubar cartão de crédito em festival; segundo a mãe da vítima, ele segurou com força o braço da sua filha
O produtor musical Marc Van Eyck é suspeito de agredir uma criança negra brasileira de oito anos em um festival de música em Lisboa, Portugal no dia 28 de setembro. Além da agressão, ele teria acusado a menina de roubar um cartão de crédito da sua carteira. De acordo com a mãe da criança, que é brasileira, a filha foi perseguida e segurada pelo braço por Marc durante o evento. A mãe disse que foi informada da atitude racista do produtor por um garçom do festival e uma outra criança de cinco anos que estava junto da sua filha.
“Saí em busca da minha filha, gritando seu nome entre os galpões do espaço, até que ouvi seu choro e gritos pedindo por mim em uma das salas. Quando entrei, vi um homem ao seu lado. Ele a teria perseguido por um tempo e a segurado com força pelos braços”, disse ao Uol.
A mãe afirmou que quando chegou em uma das salas, escutou o suspeito acusando a filha de ter roubado o cartão de crédito. Segundo ela, Marc Van Eyck só parou de atacar verbalmente a criança quando o pai da menina, que era um dos palestrantes do evento, chegou na sala.
A mãe da criança contou que cerca de 40 pessoas testemunharam o ato racista do produtor belga contra sua filha. O belga teria afirmado que não sabia que a vítima era filha do participante do evento e a confundiu com “ciganas que roubam em eventos”.
“É muito triste saber que uma criança de cinco anos e outra de oito não podem ser crianças se têm a pele negra. Pois se correm, são confundidas com ladras, coisa ouvida da boca do belga pelo dono do evento”, disse a mãe.
Após ouvir testemunhas que presenciaram o crime, o produtor foi escoltado pela polícia de Portugal até a saída do evento.
De acordo com a mãe da criança, uma semana após o episódio, a família não tem acesso ao registro da queixa realizado quando ocorreu o crime de racismo. O evento musical e o movimento negro de Portugal repudiaram o caso nas redes sociais.