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Idosa relembra diagnóstico de síndrome de Down aos 35 anos

Izabel da Silva, de 70 anos, conta que foi diagnosticada pelo médico ao investigar uma possível infertilidade

21 mar 2024 - 19h19
(atualizado em 10/4/2024 às 18h36)
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Izabel da Silva, de 70 anos, tem uma filha e é avó de três netos
Izabel da Silva, de 70 anos, tem uma filha e é avó de três netos
Foto: Arquivo Pessoal/Agência Einstein

O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira, 21, é um momento de conscientização e valorização das pessoas que possuem a alteração genética. É o caso da história da goiana Izabel Rodrigues Monteiro da Silva, de 70 anos, que alerta para a importância dos avanços no diagnóstico precoce. 

A idosa, que é avó de três netos, recebeu o diagnóstico aos 35 anos ao procurar o médico para investigar uma possível infertilidade, de acordo com a Agência Einstein. Na época, ela estava casada havia oito anos e nutria o desejo de ser mãe. Por conta das dificuldades no processo, Izabel buscou um especialista com a ajuda de um dos irmãos. 

Ao ser examinada e passar por exames, a dona de casa recebeu um diagnóstico inesperado e ouviu do médico que não poderia engravidar porque tinha 'mongolismo'. Nesse caso, vale destacar que o termo carrega uma abordagem pejorativa e foi utilizado por muitos anos para o diagnóstico de síndrome de Down.

De acordo com a publicação, Izabel nunca suspeitou que nasceu com a síndrome, que consiste em uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica. A condição contribui para a diminuição da fertilidade, mas a goiana engravidou após um ano da consulta. Ela se tornou mãe de Cristinna Maria Cândida.

Em entrevista à Agência Einstein, a filha de Izabel, a administradora Cristinna Maria Cândida, de 33 anos, contou que a mãe viveu metade da vida sem o diagnóstico em decorrência da falta de acesso à saúde. Izabel morava na zona rural de Morrinhos, no interior de Goiás, e era a caçula de 19 filhos.

"Ela morava na roça e era a caçula de uma família gigantesca. As dificuldades comuns em pessoas com a síndrome, como dificuldade para começar a andar ou a falar, eram atribuídas ao fato de ela ser a criança mais nova e ser muito mimada. Diziam que ela demorou a andar porque toda hora estava no colo de alguém. Demorou a falar porque alguém sempre respondia por ela", relatou.

Cristinna ainda disse que as características comuns em crianças com a síndrome, como os olhos mais puxados, mãos pequenas e deficiência intelectual, não foram identificadas e passaram despercebidas pela família.

"Eles viviam na roça, praticamente sem acesso à saúde. Minha mãe é baixinha, então as mãos dela eram pequenas e nunca chamaram a atenção. Ela chegou a frequentar aulas do grupo escolar rural, mas, como não conseguia acompanhar a turma, parou de estudar. Minha avó ensinou minha mãe a se tornar uma boa dona de casa. Hoje ela conhece as vogais e sabe escrever o meu nome e o dela", revelou.

No entanto, a deficiência intelectual ficou mais evidente com o passar dos anos. "As pessoas começaram a perceber que ela era diferente e começaram os comentários de que ela não era muito certa da cabeça. Às vezes, ela sai um pouco do ar, não se expressa de forma muito clara, mas nada disso a impediu de construir uma família."

Ainda segundo a publicação, Cristinna revelou que a mãe teve outros relacionamentos, mas se apaixonou e casou aos 26 anos com José, que é primo de Izabel. Após o casamento, os dois se mudaram para a cidade. Ele foi trabalhar na prefeitura e Izabel ficou responsável pelos cuidados do lar. 

Sobre a gravidez de Isabel, Cristinna explicou que a mãe teve pré-eclâmpsia e o parto precisou ser antecipado. A administradora, que nasceu em 1990, ainda relatou que a mãe a criou da melhor forma mesmo com as limitações.

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"Para mim, minha mãe sempre foi igual às mães de todo mundo. Não tenho recordação nenhuma de que algo na minha infância tenha sido diferente", disse.

No Brasil, a estimativa é que 1 bebê em cada 700 tenha síndrome de Down, o que representa cerca de 270 mil pessoas. Já no âmbito mundial, a incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos, conforme a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.

Fonte: Redação Terra
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