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Interseccionalidade: entenda o que é e como se manifesta

Termo explica como aspectos como raça, gênero e classe social influenciam a desigualdade e as oportunidades da vida

23 jun 2024 - 05h00
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Resumo
A interseccionalidade reconhece que aspectos como raça, gênero, orientação sexual e classe social revelam interações complexas de discriminação, privilégio e desigualdade.
A interseccionalidade ganhou mais notoriedade com a pesquisa de Kimberlé Crenshaw, advogada e ativista dos direitos humanos, em 1989
A interseccionalidade ganhou mais notoriedade com a pesquisa de Kimberlé Crenshaw, advogada e ativista dos direitos humanos, em 1989
Foto: Imagem de freepik

Na busca por compreender as complexidades das questões sociais contemporâneas, o conceito de interseccionalidade tem se destacado como uma ferramenta transformadora. Essa abordagem analítica reconhece que as identidades individuais são moldadas por uma multiplicidade de fatores, como raça, gênero e classe social, que se entrelaçam e se influenciam mutuamente.

Ao examinar como esses diferentes aspectos se cruzam na vida das pessoas, a interseccionalidade revela interações complexas de discriminação, privilégio e desigualdade.

Conceito de interseccionalidade

A interseccionalidade é um conceito que surgiu no contexto dos estudos sociais. Ele propõe que as identidades individuais e as experiências de discriminação não podem ser compreendidas isoladamente, mas, sim, por meio da interação de multiplos marcadores como raça, gênero, classe social, orientação sexual, entre outros.

Mulheres negras que fizeram história Mulheres negras que fizeram história

Em outras palavras, uma pessoa não sofre apenas uma forma de opressão, e, sim, diversas formas que se sobrepõem e interagem de maneira complexa. Isso significa que a interseccionalidade destaca como esses diferentes aspectos da identidade se combinam para moldar as experiências individuais e sociais, influenciando as oportunidades, desafios e privilégios que uma pessoa pode enfrentar na sociedade.

Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar desafios que não são apenas decorrentes de sua cor ou de seu gênero, separadamente, mas da interseção dessas características. Ela pode enfrentar discriminação racial e de gênero simultaneamente, influenciando sua posição na sociedade de maneira distinta se comparado a uma mulher branca ou de um homem negro.

Quando surgiu

O debate sobre o assunto teve origem nos movimentos feministas negros após a década de 1960. Já o termo foi proposto por estudiosas negras, como Kimberlé Crenshaw, advogada e ativista dos direitos humanos. Na época, em 1989, veio como crítica à análise de desigualdades que frequentemente ignorava as experiências das mulheres negras e de outras pessoas que vivenciam formas de discriminação.

Segundo Kimberlé Crenshaw, interseccionalidade é “uma conceituação do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras”.

Ela argumenta que a interseccionalidade oferece uma visão profunda das interações entre os eixos de poder da sociedade contemporânea. Ao examinar como a raça, etnia, gênero e classe se relacionam, esse conceito revela como essas dinâmicas complexas influenciam não apenas as experiências de uma pessoa, mas também as estruturas sociais do mundo.

Importância do termo

A interseccionalidade desempenha um papel crucial ao ampliar a compreensão das dinâmicas sociais e das vivências. Ao reconhecer que uma pessoa não é definida por um único aspecto, mas pela intersecção desses fatores, esse conceito permite explorar a disparidade social que permeia a sociedade, sendo uma ponte para uma maior compreensão das diferentes realidades existentes.

Fonte: Redação Nós
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