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Invisibilidade de pessoas negras com síndrome de Down

"Não adianta pedir respeito para minha filha com síndrome de Down, mas ser homofóbica, racista, classista e olhar só para a minha bolha cheia de privilégios", diz Carla Schultz, fundadora da Iniciativa Kids, em debate sobre o racismo na vida das pessoas com deficiência.

4 nov 2022 - 15h55
(atualizado em 6/11/2022 às 10h14)
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Evento reuniu famílias de crianças com deficiência para debater a pauta racial nas discussões sobre inclusão. Foto: Divulgação.

Evento reuniu famílias de crianças com deficiência para debater a pauta racial nas discussões sobre inclusão. Foto: Divulgação.
Evento reuniu famílias de crianças com deficiência para debater a pauta racial nas discussões sobre inclusão. Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação. / Estadão

A invisibilidade de pessoas negras com síndrome de Down foi pauta de um debate organizado pelo projeto Iniciativa Kids em São Paulo, com participação do InvisibiliDOWN, de diversas famílias de pessoas com deficiência e transmissão ao vivo pelo perfil @caminhoscommanu no Instagram.

"Não é só sobre falar de parentalidade atípica, pois a minha inspiração é que, se eu busco uma sociedade mais justa, respeitosa e plural para todos, não adianta pedir respeito para a Manu, minha filha de 5 anos com síndrome de Down, mas ser homofóbica, racista, classista e olhar só para a nossa bolha cheia de privilégios", declarou no evento a fundadora da Iniciativa Kids, Carla Schultz.

O encontro, no último dia 29 de outubro, no Gexperience, trouxe discussões sobre interseccionalidade, capacitisimo e discriminação, e também sobre o racismo na vida das pessoas negras com deficiência.

"Não ver pessoas negras e com síndrome de Down nos meios de comunicação, campanhas, eventos e organizações é somente a ponta do iceberg, isso oculta diversas camadas de problemas relacionados à desigualdade", afirmou Thiago Ribeiro, fundador do InvisibiliDown.

"No Brasil, a maioria da população que mais sofre é negra, em qualquer indicador social, quando nos referimos à ausência de direitos, de acesso à saúde, educação e lazer, além de indicadores de violência. O recorte racial nas pautas de inclusão é urgente, pois não estamos falando sobre representatividade estética ou meramente decorativa, mas sobre o direito a um desenvolvimento pleno, à cidadania e, principalmente, o direito à vida", comentou.

"É sobre a sociedade entender que o Noah, meu filho preto e com síndrome de Down, deveria ter assegurado o direito de ter acesso às mesmas oportunidades disponíveis para pessoas brancas. Inclusão para quem?", questionou Ribeiro.

Também estiveram presentes Tamara Braga, líder de diversidade e inclusão da Gupy, empresa de tecnologia para recursos humanos, e Claudio Arruda, embaixador da Iniciativa Kids.

Novos encontros estão marcados para 26 de novembro e 17 de dezembro, das 9h30 às 12h30, no Gexperience do Shopping Market Place, que fica Rua Doutor Chucri Zaidan, nº 902, piso superior, em São Paulo. A entrada é gratuita para famílias cadastradas no Iniciativa Kids. Demais interessados precisam comprar ingresso.

https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/wp-content/uploads/sites/189/2022/11/iniciativakids-negrossindromedown-blogvencerlimites_041120225058.mp4
Estadão
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