De Frida Kahlo a Marielle, bissexuais que fizeram história
Neste dia da Visibilidade Bissexual, destacamos mulheres bissexuais que colaboraram com a luta feminista ao longo da história
Nesta senana, a atriz Deborah Secco se declarou bissexual em entrevista publicada ao jornal Extra. O anúncio ganhou espaços em todos os portais. Em 2022, declarar-se publicamente sobre sua sexualidade ainda é necessário para dar visibilidade e normalizar o tema. Neste dia da Visibilidade Bissexual, destacamos mulheres bissexuais que colaboraram com a luta feminista ao longo da história.
Frida Kahlo (1907-1954)
Uma das mulheres mexicanas mais marcantes da história. Comunista e revolucionária, teve uma vida marcada por superações que a transformaram em uma das maiores pintoras do século XX. Muito conhecida por seus auto retratos, Frida é definida por alguns como uma artista surrealista. Acerca desta afirmação, a pintora costumava recusar a definição, afirmando que seu trabalho refletia muito mais sua realidade do que seus sonhos: “Eu sou minha própria musa, a sujeita que mais conheço”. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, suas obras retratavam, para além de suas dores, pautas como casamento, maternidade, bissexualidade e aborto. Sua arte foi reconhecida internacionalmente após seu falecimento, tendo a peça “Moisés” ganhado um prêmio concedido pelo Ministério da Cultura do México.
Marielle Franco (1979-2018)
Socióloga de formação, mestra em Administração Pública, foi eleita Vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro com 46.502 votos, ocupando também a cadeira de Presidenta da Comissão da Mulher da Câmara. Foi uma importante mulher, negra, bissexual, mãe, filha, irmã, esposa e cria da favela da Maré. “Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas (...) O lugar de uma mulher, mulher negra, bissexual - agora estou casada com uma mulher, mas tenho uma fila - dessas muitas representações a gente vai aprendendo, conhecendo mais.”. No dia 14 de março de 2018 foi brutalmente assassinada em um atentado político ao carro em que estava. Foram 13 tiros alvejados contra o veículo, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes. Até hoje, seu caso permanece em aberto, assim como a pergunta: Quem mandou matar Marielle?
Erica Malunguinho (1981)
Educadora, artista plástica, mestra em Estética e História da Arte pela USP e atual deputada estadual pelo estado de São Paulo, Erica entrou para a história como a primeira mulher transexual da Assembleia Legislativa de São Paulo. É uma expoente do movimento negro no Brasil, bem como das pautas mobilizadas pela população LGBTQIA+. Atuando também por intermédio do Aparelha Luzia, quilombo urbano fundado por ela, articula política com intervenções culturais. Em suas redes sociais, Erica Malunguinho afirma e defende que "a bissexualidade não é uma fase ou indecisão (...), também não se expressa em um 'percentual de atração', referente ao quanto a pessoa se atrai pelo mesmo gênero ou por algum outro. Além de serem excluídas dos 'espaços heteros', essas manifestações de bifobia também ocorrem na comunidade LGBTQIA+, gerando uma dupla discriminação para a população bi, o que é lamentável". Reafirmando assim, que sua luta social, cultural e política segue em favor do reconhecimento e do respeito à visibilidade bissexual e de todas as mulheres.
Confira o texto original aqui.