Jenni Hermoso pede "medidas exemplares" contra presidente da Federação Espanhola após beijo
"Apelamos ao Conselho Superior do Desporto para que apoie ativamente a prevenção e intervenção face ao assédio ou abuso sexual", diz nota
A atacante espanhola Jenni Hermoso se pronunciou oficialmente nesta quarta-feira, 22, a respeito do episódio em que Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), beija a atleta na premiação da Copa do Mundo feminina, após o título da Espanha. Através da sua agência e seu sindicato, a jogadora pediu "medidas exemplares" e que os protocolos necessários sejam implementados pela RFEF.
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Em um primeiro momento, ainda nos vestiários depois da conquista, Hermoso foi vista afirmando que não gostou da atitude de Rubiales, mas que não tinha o que fazer. Agora, a atacante formaliza que não foi uma brincadeira consensual entre os dois.
"Em decorrência dos acontecimentos durante a final da Copa do Mundo Feminina da FIFA, envolvendo o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Manuel Rubiales Béjar, nossa afiliada, Jennifer Hermoso, deseja declarar o seguinte: O meu sindicato FUTPRO, em coordenação com a minha agência TMJ, encarregam-se de defender os meus interesses e ser os interlocutores nesta matéria", inicia a nota da jogadora.
“Mi sindicato FUTPRO, en coordinación con mi agencia TMJ se están encargando de defender mis intereses y ser los interlocutores sobre este asunto.” @Jennihermoso
Leer comunicado completo:https://t.co/MNY4yqLH7g#futpro #futfem pic.twitter.com/92SspR4FOt
— FUTPRO (@futpro_es) August 23, 2023
O FUTPRO é o principal sindicato da Liga F, a elite do futebol feminino na Espanha, e irá se reunir com a ministra interina do trabalho e economia social, Yolanda Díaz, para discutir o assunto.
"Da nossa associação, pedimos à RFEF que implemente os protocolos necessários, garanta os direitos das nossas jogadoras e adote medidas exemplares. É fundamental que a nossa equipe, atual campeã do mundo, seja sempre representada por figuras que projetem valores de igualdade e respeito em todas as áreas. É preciso continuar avançando na luta pela igualdade, luta que nossas jogadoras têm travado com determinação, levando-nos à posição em que nos encontramos hoje. Apelamos ainda ao Conselho Superior do Desporto para que, no âmbito das suas competências, apoie e promova ativamente a prevenção e intervenção face ao assédio ou abuso sexual, machismo e sexismo", diz a nota.
"A FUTPRO repudia qualquer atitude ou conduta que viole os direitos dos jogadores de futebol e do sindicato que trabalhamos para que atos como os que vimos nunca fiquem impunes, sejam sancionados e sejam adotadas as medidas pertinentes para proteger os jogadores de futebol de ações que acreditamos são inaceitáveis", concluiu.