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Jogador é condenado à morte por apoiar protestos de mulheres no Irã

Segundo a sentença, o atleta estaria fazendo parte de um grupo armado que teria a intenção de atacar a República Islâmica do Irã

13 dez 2022 - 11h05
(atualizado às 15h15)
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Torcedores fizeram protestos contra o regime no Irã durante a Copa do Mundo (Giuseppe CACACE / AFP)
Torcedores fizeram protestos contra o regime no Irã durante a Copa do Mundo (Giuseppe CACACE / AFP)
Foto: Lance!

O jogador Amir Nasr-Azadani foi condenado à morte no Irã por traição, após comparecer em uma manifestação a favor das mulheres, que terminou com a morte de três policiais. O jogador de 26 anos, que defende o time iraniano Iranjavan FC foi detido dois dias depois da manifestação.

Outras oito pessoas também foram presas e condenadas a morte pelo mesmo motivo. Segundo a sentença, o atleta estaria fazendo parte de um grupo armado que teria a intenção de atacar a República Islâmica do Irã.

A informação foi confirmada pela FIFPro, sindicato dos jogadores profissionais de futebol, que se posicionaram por meio de nota oficial.

- A FIFPRO está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani pode ser executado no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e pela liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição - disse o comunicado.

O Irã vive a maior onda de protestos desde 2009, com milhares de pessoas nas ruas. As principais queixas são a violência e a restrição de direitos das mulheres promovidas pelo governo.

O debate político chegou à seleção e as entrevistas dos jogadores e do técnico passaram a ser pautadas pelo assunto fora de campo. Apesar de serem instruídos a permanecerem em silêncio sobre o tema, os jogadores iranianos encontraram uma forma de se posicionar em favor das mulheres do país.

Mulheres protestaram durante a Copa (Foto: EFE/EPA/Abedin Taherkenareh)
Mulheres protestaram durante a Copa (Foto: EFE/EPA/Abedin Taherkenareh)
Foto: Lance!

Como forma de protesto, o elenco permaneceu em silêncio durante a execução do hino nacional nas duas primeiras partidas da fase de grupos. O cenário só mudou no terceiro jogo, contra os Estados Unidos, que determinou a eliminação iraniana na Copa do Mundo.

Nas arquibancadas, bandeiras e cartazes em favor da liberdade feminina no país foram levantadas pelos milhares de iranianos presentes nos estádios do Qatar. Parte da torcida vaiou o próprio hino do Irã nas três partidas da fase de grupos.

Lance!
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