Jornalista Andréia Sadi revela que teve que se "masculinizar" para ser respeitada
No início da carreira, jornalista pensava em como deveria se vestir para fazer uma cobertura: "Queria ser respeitada"
Andréia Sadi falou sobre o machismo em sua carreira e também comentou as dificuldades enfrentadas por mulheres na busca por ter uma presença relevante na política.
A jornalista Andréia Sadi, conhecida por diversas coberturas jornalísticas, falou sobre o machismo na política e como estar em uma área predominantemente masculina a deixava receosa no início de sua carreira.
Ela, inclusive, pensava em como deveria se vestir para fazer uma cobertura. "Eu era jovem demais, e chegar em Brasília muito garota naquele ambiente de pessoas mais experientes na política (...) me colocava em teste o tempo todo", disse à Maria Rita Alonso, diretora de Marie Claire Brasil, na 10ª edição do Power Trip Summit.
Andréia sempre foi conhecida por aparentar ser séria e brava, o que, segundo ela, era sua arma e escudo. "Tive que me masculinizar no sentido tradicional que a gente conhece: usava calça, tirava brinco, prendia o cabelo… Achava que era a única mulher naquela cobertura, e eu queria ser respeitada. Nenhum homem devia pensar em nada daquilo", afirmou.
Mulheres na política
Andréia Sadi também falou sobre as dificuldades de mulheres serem eleitas na política. "A política é dominada por homens em todas as esferas, e eles não têm interesse em promover políticas de inserção porque têm interesse na manutenção das hierarquias. Ninguém vai dizer isso em lugar nenhum, mas, no fundo, querem que o homem continue mandando e a mulher obedecendo", disse ela.
Segundo a jornalista, a união entre as mulheres e as amizades que fez ao longo de sua trajetória a ajudaram a seguir em frente. "O poder dos homens está em estimular a competição e a rivalidade entre nós. No trabalho, quando a gente se une, a gente fica imbatível."