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Jornalista negro é abordado por PMs por "semelhança" com foragido

Agentes estariam procurando um "homem negro, cabelo cortado e forte"

29 mai 2024 - 11h24
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Resumo
O jornalista Diego Sarza foi abordado por policiais militares enquanto saiu de um carro de aplicativo em frente a uma barbearia no bairro Consolação, São Paulo, por apresentar 'características' semelhantes às de um homem negro foragido.
Em carta aberta publicada nesta quarta-feira, 29, no Instagram, Diego Sarza agradeceu as mensagens de apoio
Em carta aberta publicada nesta quarta-feira, 29, no Instagram, Diego Sarza agradeceu as mensagens de apoio
Foto: Reprodução: Instagram/diegosarza

O jornalista Diego Sarza, apresentador do UOL News, foi abordado por policiais militares após sair de um carro de aplicativo em frente a um barbeiro no bairro Consolação, em São Paulo. De acordo com os agentes que o abordaram, ele teria "as mesmas características" de um homem negro foragido, que estava com um alvará de prisão em aberto.

Na última terça-feira, 28, os policiais seguiram Diego até a barbearia e um deles desceu armado da viatura. Diego filmou a abordagem e publicou nas redes sociais. Na gravação, é possível ouvir um dos policiais afirmando que procuravam um "homem negro, cabelo cortado e forte".

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O jornalista respondeu aos agentes que poderia ser qualquer um. Segundo os policiais, eles receberam a informação de que o homem procurado moraria perto do jornalista.

Em determinado momento, Diego diz que é jornalista. "Conheço o senhor agora. O senhor é repórter, né?", responde um policial. Em seguida, o agente afirma que a abordagem está sendo filmada pelas câmeras corporais. 

"Pedi para entrar na barbearia, pelo menos, para evitar o constrangimento de ser observado pelos pedestres. Não atenderam ao meu pedido. No final, fui liberado - depois de uns cinco minutos", escreveu Diego no Instagram.

Em carta aberta publicada nesta quarta-feira, 29, no Instagram, Diego Sarza agradeceu as mensagens de apoio. "Negros brasileiros já estão acostumados a serem parados aleatoriamente pela polícia, apenas por existirem. Chegou a minha vez", contou.

"O racismo estrutural faz com que a polícia veja sempre negros como suspeitos. Eu sou apenas mais um", afirmou o jornalista.

Em nota enviada ao Terra NÓS, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que "a abordagem foi conduzida de acordo com os procedimentos operacionais padrão da PM, de maneira legal e legítima". Confira a nota na íntegra:

"A Polícia Militar informa que o homem foi abordado na tarde desta terça-feira (28) na região da Consolação, área central de São Paulo, e após análise da documentação e confirmação que não se tratava do suspeito procurado, ele foi liberado.

Após análise do vídeo, constatou-se que a verbalização durante a abordagem foi conduzida de acordo com os procedimentos operacionais padrão da PM, de maneira legal e legítima. O objetivo da abordagem de rotina foi garantir a segurança pública e realizar a averiguação de informações relevantes."

Racismo é crime. Saiba como denunciar 

Racismo é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de racismo, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

Fonte: Redação Nós
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