Jornalistas negras criam grupo "Herdeiras de Gloria Maria" no WhatsApp
Mais do que pautas sobre racismo, o grupo é um espaço de troca entre elas.
“É mais um espaço livre de troca, de conversas leves, de compartilhamento sobre a produção de conteúdo que fazemos nos nossos trabalhos. É uma apoiando a outra”. Foi assim que a jornalista Cynthia Martins, âncora da Band, definiu o ‘Herdeiras de Glória Maria’, um grupo de WhatsApp do qual participam cerca de 34 jornalistas negras que se uniram para discutir assuntos profissionais, raciais, de gênero e beleza, entre outros.
O grupo é uma criação recente, que surgiu do desejo de Cris Guterres, da TV Cultura, e de Leticia Vidica, da CNN, de unir profissionais mulheres negras da área. Cynthia, uma das integrantes do grupo, afirmou que ele foi criado após um encontro presencial delas no final de junho.
-qhnv7kngd7p3.png)
Ela ainda revelou que o grupo não é exclusivo para jornalistas de TV. “Somos jornalistas de TV, rádio, impresso. Também tem gente do audiovisual em geral, da produção, da edição, do podcast”.
Questionada sobre os assuntos abordados no grupo, Cynthia fez questão de enfatizar que elas conversam sobre tudo. “Falamos de coisas leves: próximos encontros, dicas de profissionais pretos da saúde, da beleza, dicas de trabalho, troca de fonte, pedido de ajuda”.
“Não estamos armadas o tempo todo. Muito menos entre nós”, completou.
A âncora da Band TV ressaltou ainda que o grupo não surgiu para discutir o racismo. “O grupo obviamente vai ser atravessado por essas questões porque o racismo nos atravessa diariamente, principalmente em uma profissão como a nossa. Mas, repito, a gente só quer relaxar”, disse.
As conversas por lá, diz Cynthia, são divertidas e fortalecedoras. “Falamos sobre como e quando vai ser o próximo encontro, sobre trocas da vida pessoal – nada tão denso como quem está de fora pode estar pensando”. O grupo não possui regras e Cynthia garantiu que nunca houve nenhuma situação desconfortável entre as integrantes.
