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Julgamento de Daniel Alves: acompanhe o depoimento do jogador brasileiro na Espanha

Acusado é o último a depor ao Tribunal de Barcelona, conforme solicitado por sua defesa; peritos e policiais científicos também serão ouvidos nesta quarta-feira

7 fev 2024 - 11h54
(atualizado às 12h26)
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Daniel Alves está preso há um mês
Daniel Alves está preso há um mês
Foto: Alex Silva / Estadão

Acontece nesta quarta-feira, o terceiro e, a princípio, último dia de julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate em Barcelona. Após ouvir a denunciante e outras testemunhas, como funcionários do estabelecimento onde ocorreu o caso e policiais, a juíza Isabel Delgado Pérez ouvirá o brasileiro, que alega inocência e afirma que a relação foi consensual. Antes de o jogador falar, contudo, serão ouvidos peritos forenses, policiais científicos e peritos contratados pela defesa.

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Daniel Alves prestaria depoimento nesta segunda-feira, mas Pérez atendeu ao pedido da defesa para ele ser ouvido depois da mulher que o acusa, testemunhas e peritos. A audiência ocorre em três dias consecutivos. O jogador mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga do país. De acordo com o jornal espanhol Marca, o prazo para a decisão sobre o caso é de até 20 dias.

Veja os principais pontos do terceiro dia de julgamento:

  • A sessão começou com o depoimento da médica que atendeu a jovem na noite da denúncia. Em relatório, a clínica relatou ferimentos da denunciante. Outro funcionários do local relataram que a mulher estava "assustada e teve momentos de lágrimas" e que não revelou quem era o agressor, apenas disse que ele falava português. Um dos médicos explicou que não foi constatada lesão vaginal, mas destacou que isso não permite descartar a ocorrência de lesão. "Estamos acostumados a ver casos de violência em que não há lesões físicas. 70% das mulheres que procuram o serviço deste hospital não apresentam lesões vaginais", disse. No exame, foi constatada uma lesão lateral, na parte externa do joelho.
  • De acordo com uma psicóloga forense ouvida pela juíza, a denunciante não indicou sinais de que "poderia estar exagerando ou simulando". A fala corrobora com frases dos médicos, que disseram que a mulher "explicou os fatos de forma coerente".

Dias 1 e 2 de julgamento

O Tribunal de Barcelona rejeitou pedido do Ministério Público da Espanha para que a audiência fosse realizada com portas fechadas. As sessões acontecem de forma aberta, com a presença da imprensa em sala à parte, mas captações de áudio e imagem estão vetadas.

A mulher que denunciou Daniel Alves teve a identidade preservada e realizou o depoimento na segunda-feira, protegida por um biombo para que não tivesse contato visual com o jogador. A imagem dela foi reproduzida em vídeo para os presentes, com a imagem e voz distorcidas. A medida visou proteger a identidade da denunciante. Sua versão durou cerca de 1h30 e ela reafirmou ter sido violentada pelo atleta.

Na segunda sessão, terça-feira, foram ouvidos três amigos do jogador que estavam na boate; três empregados da casa noturna; advogado convocado por uma amiga da denunciante; 11 policiais; policial que gravou o relato da vítima da suposta agressão do brasileiro com uma câmera na farda.

Joana Sanz, mulher de Daniel Alves, também depôs. A versão dela, dos amigos e do gerente mencionam o estado de embriaguez do jogador no dia do caso. Além deles, um sócio da boate foi ouvido e chegou a dizer que a mulher confessou a ele que entrou no banheiro da boate de maneira voluntária, mas foi impedida de sair depois.

A pena para este tipo de crime é de até 12 anos de reclusão., mas o Ministério Público pede nove anos de prisão, mas a tendência é que o brasileiro, se condenado, permaneça recluso por no máximo seis. Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil). A advogada da mulher contesta a possível redução da eventual pena. O MP solicitou, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.

Estadão
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