Justiça de SP condena mulher acusada de ataques homofóbicos e raciais em padaria
Crimes aconteceram em novembro de 2020, quando Lidiane ofendeu clientes e funcionários de uma padaria em Perdizes, bairro de São Paulo
A Justiça de São Paulo condenou Lidiane Brandão Biezok, de 46 anos, acusada de cometer injúria racial, homofobia e lesão corporal contra funcionários e clientes de uma padaria na capital paulista, em novembro de 2020. À época, a ré foi presa em flagrante e imagens dos crimes viralizaram na internet.
Na decisão, expedida na última terça-feira, 20, a juíza Carla Ferrari condenou Lidiane a duas penas, de dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, ambas em regime inicial aberto.
No entanto, a juíza considerou a ré 'semi-imputável' devido a sua condição de saúde, situação que prevê a perda parcial da compreensão da conduta ilícita e a redução da pena.
Diagnosticada com transtorno de personalidade borderline, Lidiane teria alguma compreensão dos crimes cometidos na padaria, mas não de forma plena, segundo a decisão.
Portanto, a magistrada determinou que a punição fosse substituída por tratamento ambulatorial de, no mínimo, dois anos. Lidiane poderá recorrer em liberdade.
O crime
O caso aconteceu na madrugada do dia 20 de novembro de 2020, dia em que é celebrada a Consciência Negra. Na ocasião, Lidiane pediu um lanche em uma padaria do bairro Perdizes, em São Paulo, e disse para a atendente que, se não estivesse bom, jogaria o sanduíche na cara dela.
"Você só serve para pegar meus restos", disse Lidiane, entre tapas, arremesso de objetos e ofensas racistas e homofóbicas como "bicha", "viado", após a intervenção de clientes e funcionários que estavam no local e registraram os crimes. As imagens foram publicadas na internet e viralizaram.
Lidiane foi conduzida por volta das 21h à 91ª delegacia de Polícia, na Vila Leopoldina, onde passou a noite de sexta para sábado, 21, quando foi solta sob fiança.
De acordo com o boletim de ocorrência, ela seria advogada e foi presa em flagrante por lesão corporal, injúria e homofobia, praticada contra dois artistas de 24 anos, que estavam consumindo no local na hora do incidente.
Ao ser questionada pela Justiça, a ré declarou que não se lembrava do ocorrido e, depois de assistir aos vídeos publicados, sentiu vergonha e disse não se reconhecer nas imagens, além de estar arrependida.
O Portal Terra tentou contato com a defesa de Lidiane, no entanto, não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.