Justiça de SP proíbe ex-mulher de dono de Porsche de falar sobre denúncias de ameaças e agressão
Eliziany Silva registrou B.O.s alegando crimes cometidos pelo ex-marido, Fernando Sastre de Andrade, pai de condutor do Porsche
A Justiça de São Paulo proibiu que a modelo Eliziany Silva fale publicamente sobre as acusações de agressão, ameaça, tortura, sequestro e abuso psicológico que supostamente teria sofrido de Fernando Sastre de Andrade, pai de Fernando Sastre de Andrade Filho --condutor do Porsche envolvido no acidente que resultou na morte do motorista de aplicativo em março, na Zona Leste da capital paulista.
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De acordo com informações do jornal O Globo, Fernando Sastre de Andrade, proprietário do veículo de luxo que seu filho dirigia durante o acidente, foi acusado por Eliziany por uma série de crimes. As acusações estão registradas em dois boletins de ocorrência.
Após pai e filho recorrerem à Justiça para impedir que Eliziany comentasse sobre o assunto publicamente, uma decisão da 3ª Vara Cível de segunda-feira, 29, atendeu ao pedido dos dois. Na petição, eles argumentaram que os fatos estão sob sigilo em processos judiciais. Agora, ela está proibida de divulgar vídeos, áudios, documentos ou qualquer conteúdo relacionado aos processos sigilosos em questão.
“Da análise dos links das reportagens trazidas aos autos, observo que as declarações da requerida e a cessão de fotografias e vídeos particulares que constam de ações judiciais acobertadas pelo segredo de justiça, somente após o envolvimento do coautor Fernando em acidente de grande repercussão nacional, sugerem possível tentativa de macular a imagem dos autores para fatos ainda em discussão com o intuito de obter algum proveito. Persistindo a divulgação tal como realizada, inequívocos os prejuízos à imagem, à honra e à moral dos autores, influindo, inclusive, na atividade empresarial por eles desenvolvida, atingindo terceiros alheios à discórdia existente entre as partes”, destacou o juiz na decisão. O juiz, porém, não acolheu o pedido de proibir a modelo de citar o nome de Fernando Sastre e Fernando Sastre Filho.
A justiça determinou que, em caso de descumprimento, a modelo terá que pagar uma multa de R$ 5.000,00 por cada violação.
Entenda
Fernando Sastre de Andrade, o pai do condutor do Porsche que matou um motorista de aplicativo no mês passado, na Zona Leste de São Paulo, é acusado pela ex-mulher de violência física, tortura, sequestro, ameaças e abusos psicológicos. Eliziany Silva registrou dois boletins de ocorrência contra ele na Polícia Civil de São Paulo.
Um dos boletins foi registrado no dia 12 de julho de 2023 na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo. Conforme o documento, a mulher foi agredida com tapas no rosto e depois empurrada na cama pelo empresário. Na sequência, ele pegou um fio de carregador de telefone celular, fazendo menção de enforcá-la. Eliziany conseguiu escapar e correu para o banheiro, onde novamente levou um tapa e Fernando tentou enforcá-la com as mãos. A mulher diz que precisou ser atendida no pronto-socorro do Hospital Adventista de São Paulo. O episódio teria ocorrido em 30 de junho de 2018.
Já o segundo boletim foi feito em 28 de novembro de 2023, na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. Nesse, Eliziany diz que saiu para jantar com o empresário, a filha e a irmã dela no dia 22 de dezembro de 2021. Após o jantar, Fernando deixou a enteada e a cunhada em casa. Eliziany afirma que passou mal no carro e desmaiou e, no dia seguinte, acordou em um motel completamente nua e com sangramento nas partes íntimas.
Segundo a mulher, ela queria ir embora para procurar atendimento médico, mas Fernando a fez esperar o café da manhã e a obrigou a fazer uma consulta médica online para conter o sangramento.
De acordo com O Globo, Eliziany começou a namorar com Fernando em 2008. Em 2010, eles foram morar juntos e firmaram união estável com comunhão parcial de bens. Eles se separaram em 2019.
A mulher relata ao jornal que tanto o ex-marido quanto Fernando Filho, o condutor do Porsche, são violentos. Eliziany afirma que também já levou um soco no rosto do enteado, mas ele não foi incluído nos registros feitos à polícia.
Ainda conforme o jornal, em julho do ano passado, ela pediu uma medida restritiva contra o ex-companheiro, mas foi negada. Atualmente, os dois brigam na Justiça por uma partilha de bens avaliada em mais de R$ 30 milhões. Fernando pai disse ao jornal que não iria se pronunciar porque a disputa judicial com a ex-mulher corre sob sigilo.
Ao Terra, a Polícia Civil confirmou que foram localizados dois registros de boletins de ocorrência contra Fernando. "Ambos os casos são investigados por meio de inquérito policial, instaurado pela 5° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). As investigações para apurar o crime de violência doméstica, correm sob segredo de Justiça", informou a corporação.