‘Lamentável’, ‘vergonha absoluta’ e ‘respeitar a decisão’: imprensa e políticos da Espanha reagem à absolvição de Daniel Alves
Daniel Alves foi absolvido da acusação de abuso sexual na Espanha por decisão do Tribunal de Justiça da Catalunha
Daniel Alves foi absolvido na Espanha de acusação de abuso sexual; decisão gerou debate entre políticos, jornalistas e figuras públicas sobre justiça e proteção às vítimas.
Após Daniel Alves ser absolvido da acusação de abuso sexual na Espanha, veículos de comunicação internacionais repercutiram a decisão da Justiça espanhola. Jornalistas e políticos do país também manifestaram suas opiniões sobre a anulação da condenação do jogador: alguns se posicionaram contrariamente à decisão, enquanto outros apoiaram o veredito do Tribunal de Justiça da Catalunha.
"Eu acho o que aconteceu lamentável, especialmente considerando o que isso significará para futuras vítimas de abuso sexual. Agora, se você for ela, o que acontece? Eu entendo que eles a aconselharam a apelar, mas ela dirá, por quê? Ela não queria chegar a um acordo precisamente para se dar credibilidade, mas ela deveria ter aceitado porque você nunca sabe como vai acabar no tribunal. É totalmente lamentável", opinou o comentarista Gonzalo Miró, do jornal Marca e da rádio COPE, da Espanha.
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Pablo Fernández, porta-voz do Podemos, partido político espanhol, também criticou a decisão. "A sentença no caso Dani Alves é mais um flagrante exemplo de justiça patriarcal, de violência institucional e de desamparo absoluto às vítimas, as mesmas que depois são incentivadas a denunciar. Vergonha absoluta".
Irene Montero, deputada do Parlamento Europeu pelo Podemos, foi outra a criticar a absolvição. "A decisão que absolve Dani Alves sob a alegação de que a vítima não é idônea é um claro exemplo de violência institucional e justiça patriarcal que deixa as mulheres desprotegidas e, como diz a ONU, mantém a cultura de impunidade para os abusadores. Repetidamente: só sim é sim", postou a parlamentar.
La sentencia que absuelve a Dani Alves alegando que la víctima no es creíble es un claro ejemplo de violencia institucional y de justicia patriarcal que desprotege a las mujeres y, como dice la ONU, mantiene la cultura de impunidad de los agresores
Una y mil veces: sólo sí es sí pic.twitter.com/1dgrXWzEPH
— Irene Montero (@IreneMontero) March 28, 2025
Já Manu Carreño, apresentador da rádio COPE, posicionou-se a favor. "Temos que respeitar o que a justiça diz. Houve muitos julgamentos midiáticos. A presunção de inocência prevalece. Agora ele foi absolvido de um crime que, segundo o juiz, não puderam confirmar. Imagine... Podemos nos colocar no lugar do Alves: isso afeta você na vida pessoal e profissional. É um dano que só quem já passou por algo parecido consegue entender como isso o afetou", disse ele.
O ministro da Justiça, Félix Bolaños, manifestou respeito pela decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha. "Trata-se de uma decisão judicial e, portanto, devo respeitá-la, não cabendo a mim qualquer avaliação sobre fatos já julgados pelos tribunais de nosso país", afirmou à imprensa espanhola pouco antes de encerrar um evento em Las Palmas de Gran Canaria.
A vice-primeira-ministra da Espanha, María Jesús Montero, afirmou com cautela: "Vou ser cautelosa porque não li a sentença, o que não significa que não expresse mais uma vez minha solidariedade a todas as vítimas de abusos ou maus-tratos físicos que às vezes se encontram em dificuldades para suportar", declarou María Jesús Montero, primeira vice-presidente do Governo.busos físicos ou psicológicos".