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LGBTFobia em Goiás: Professora diz que ser homossexual é ‘impuro"

Associações LGBTQIA+ de Goiás vão levar a denúncia de homofobia da docente para a delegacia de combate à LGBTFobia no estado

15 ago 2022 - 14h28
(atualizado às 14h29)
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A gravação aconteceu na última quinta-feira (11), durante uma aula de inglês para alunos do 1º ano do ensino médio
A gravação aconteceu na última quinta-feira (11), durante uma aula de inglês para alunos do 1º ano do ensino médio
Foto: Reprodução

A professora de um colégio municipal de Posse, no nordeste de Goiás, deve ser denunciada por homofobia por ter constrangido um aluno em sala de aula. Ela foi filmada falando que “ser homossexual é impuro” e que o casamento LGBT “não é natural” e é uma “coisa errada”. Na imagens é possível perceber que a classe se revolta com as falas homofóbicas da docente.

A Rede Nacional de Operadores LGBTQIA+ (@renosplgbt) declarou que irá denunciar a professora Maria Elizete Anjos no Grupo de Enfrentamento à Crimes de Intolerância (GEACRI), uma espécie de delegacia de combate a LGBTFobia em Goiás, estado que teve maior aumento de crimes contra esta população no Brasil. Leia mais abaixo

A professora declarou que não agiu de maneira preconceituosa, porém no vídeo gravado pelos alunos, ela diz: “Se você é homem, foi feito para mulher e mulher para o homem. E o que foge disso é impuro”, disse. “Olha no espelho, tira a roupa. Olha no espelho, você é mulher. E mulher fica com homem. A opinião de Maria Elizete. Qual a opinião de um homem ficar com homem e mulher ficar com mulher? Qual o problema? Todos os problemas!”, declarou.

A gravação aconteceu na última quinta-feira (11), durante uma aula de inglês para alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio Municipal Castro Alves. A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse disse que tomou conhecimento dos vídeos gravados pelos alunos e está investigando toda situação.

A Secretaria informou que se reuniu com a professora, pais e alunos e aguarda a ata para dar andamento às providências cabíveis para a resolução do caso de forma imparcial. “A Secretaria Municipal de Educação e Cultura não compactua com quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação decorrente da orientação sexual, raça, credo, origem étnica, posicionamento político ou grupo social”, diz a nota do órgão. “As atitudes isoladas de um profissional não devem desabonar o trabalho da equipe do Colégio Municipal Castro Alves”, finaliza a nota.

População LGBTQI+ ameaçada em Goiás

Goiás é o estado que mais registrou aumento de homicídios contra a população LGBTQIA+ no Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A comparação de dados de 2020 e 2021 mostrou uma variação de 375% neste tipo de crime. O estado também teve um crescimento de ocorrências de lesão corporal contra a população gay.

Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e atualizados em 29 de junho deste ano. Na divulgação, consta que em 2020 Goiás teve quatro homicídios dolosos contra a população LGBTQI+. No ano seguinte, o estado registrou 19 crimes deste tipo, o que gerou a variação de 375%.

Para o policial rodoviário federal, Fabrício Rosa, da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTQIA+, a ausência de políticas públicas, principalmente em Goiás que é um estado conservador, prejudica o enfrentamento ao racismo e LGBTFobia e proporciona o aumento da violência. “É preciso que haja uma mudança e uma política educacional e prevenção, além de criar mais delegacias de enfrentamento aos crimes de ódio e intolerância, e também conselhos de políticas públicas municipais e estadual, com participação social da comunidade LGBTQIA+”, declarou.

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