Liderança indígena Pataxó é morta em conflito com fazendeiros e policiais na Bahia
Duas pessoas foram baleadas e outras ficaram feridas em Potiguará, no extremo-sul da Bahia; polícia prendeu dois fazendeiros
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denunciou nas redes sociais um ataque ao território Pataxó Hã-Hã-Hãe, que acabou com uma pessoa morta e duas feridas.
A vítima era Maria de Fátima Muniz, também conhecida como a Pajé Nega Pataxó, irmã de Cacique Nailton, que também foi baleado. Maria era ativista e lutava pela defesa dos direitos dos indígenas.
O ataque ocorreu no fim de semana no Território Caramuru, em Potiguará (BA), onde cerca de 200 ruralistas invadiram o território indígena armados.
O Ministério dos Povos Indígenas divulgou que os ruralistas "se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20/01). Eles cercaram a área com dezenas de caminhonetes. Dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Nega, além de um indígena que portava uma arma artesanal".
Além do tiroteio, duas pessoas foram espancadas e uma mulher teve seu braço quebrado. Outros feridos foram encaminhados para o hospital, mas não correm perigo.
A denúncia da Associação Brasileira dos Povos Indígenas também diz que os policiais, envolvidos no conflito, agrediram os indígenas no local. Segundo o comunicado oficial, dezenas de caminhonetes cercaram a região.
"Exigimos acompanhamento das autoridades e apuração do caso. Reiteramos que a demarcação das terras indígenas são o único caminho para amenizar a escalada de violência que atinge os povos da região sul da Bahia", diz nota da Apib.
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