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Mãe de 4 filhos com autismo: "Achava que não ia criar sentimentos por mim"

Os primeiros diagnósticos foram os das gêmeas e, depois, dos irmãos; família de Gabriela Vier faz conteúdo educativo sobre TEA para as redes

17 set 2023 - 05h00
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“Deus me deu 4 filhos autistas para levantar essa bandeira", afirma a influenciadora Gabriela Vier
“Deus me deu 4 filhos autistas para levantar essa bandeira", afirma a influenciadora Gabriela Vier
Foto: cintia_a.g

A influenciadora Gabriela Vier, de 34 anos, logo conta que enfrentou barreiras dentro da própria família para poder falar sobre transtorno do espectro autista (TEA).  Em entrevista exclusiva ao Terra NÓS, a influenciadora conta que ouviu comentários negativos de parentes. “Sempre calaram minha boca quando o assunto era o TEA”, conta.

Gabriela é casada com Felipe Vier, de 32 anos, e tem quatro filhos: todos no espectro autista. Mayra de 15 anos, Betina e Cecília de sete e o pequeno Enrico, que tem três anos. A família é de Santa Catarina e, através da página no Instagram das gêmeas, conscientiza, ensina e mostra a realidade de uma família atípica.  

Diagnóstico das gêmeas

Gabriela e Felipe conheceram o autismo através do diagnóstico de Cecília. Para os pais, o processo inicial foi um baque. “Eu vivi o luto, foi muito difícil. Eu achava que ela não ia criar sentimentos por mim, fica pensando quando Cecília me chamaria de mãe”.

Após compreenderem mais sobre o transtorno com a realidade de Cecília, veio o diagnóstico da sua gêmea, Betina, que também tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno opositor desafiador (TOD). “As gêmeas abriram minha mente para o autismo”, reconhece a mãe. 

“Meu marido demorou para aceitar. A nossa luta começou dentro de casa. Hoje, ele é meu apoiador, viu a importância do diagnóstico precoce com os próprios olhos”, afirma.

Aos 7 anos, as pequenas influenciadoras Betina e Cecília abordam temas importantes nos vídeos
Aos 7 anos, as pequenas influenciadoras Betina e Cecília abordam temas importantes nos vídeos
Foto: Reprodução/Instagram/gemeasbetinaececilia

A mãe ressalta a importância do diagnóstico precoce e procura fazer essa conscientização através dos vídeos que produz com as filhas as redes sociais. Gabriela diz que a filha mais velha, Mayra, foi diagnosticada aos 15 anos.

Apesar de perceber algumas diferenças no comportamento de Mayra, não as creditava como TEA. “Quando ela nasceu, eu tinha 18 anos e não tinha conhecimento do autismo”. Por ter passado por um diagnóstico tardio, a adolescente tem mais dificuldade de socialização do que as irmãs.

Com mais experiência como mãe atípica, Gabriela estimulou Enrico, o mais novo, desde a barriga. “Eu me enganei bastante que ele poderia não ter autismo, mas ele começou a ter episódios de rigidez cognitiva, seletividade alimentar. Ele está na APAE e vem sendo acompanhado há oito meses. Fomos informados que ele tem comportamentos autistas. O diagnóstico dele também deve ser fechado". 

Tik Tok

As gêmeas modelavam desde bem pequenas e a mãe Gabriela criou um perfil, há dois anos, para publicar fotos e trabalhos das meninas. No dia 2 de abril deste ano, data que se comemora a Conscientização do Autismo, as gêmeas fizeram um vídeo para o Tik Tok que viralizou, falando sobre autismo e descrevendo características de cada uma. “As meninas falam das particularidades dela. Cada autista é único”, conta a mãe. A partir daí, o perfil das meninas trouxe cada vez mais vídeos informativos, curiosos e divertidos sobre o dia a dia das crianças e suas individualidades. 

Veja quem são as pessoas com autismo que fazem sucesso no Tik Tok Veja quem são as pessoas com autismo que fazem sucesso no Tik Tok

“Eu não insisto, gravo no tempo delas, quando elas estão com vontade. É para ser algo divertido. Sinto muito orgulho delas. Elas nasceram com propósito. Elas adoram gravar!”, conta. Gabriela faz questão de enfatizar seu papel: “Nossa rede social não é de romantização, é sobre a conscientização do diagnóstico precoce”.

Além das meninas, Gabriela também fala sobre sua maternidade atípica e ajuda diversas famílias: “Nossa página inspirou outras pessoas a falarem sobre o autismo. Ajudo muitas mães que me procuram. Já fizeram página sobre autismo inspirado em nós”, comenta. A influenciadora conta que é um privilégio poder ajudar outras pessoas com a história da sua família. 

“Eu tenho quase certeza de que tenho autismo e TDAH, só que não tenho diagnóstico. Eu me identifico em muita coisa. Mas, nesse momento, é muito difícil parar de olhar para as crianças agora e olhar para mim”, assume a mãe dos quatro. 

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Fonte: Redação Nós
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