Maiores executivas do Brasil debatem necessidade de se reinventar depois dos 50 anos
Painel "Os 50+: uma jornada de oportunidades" do Women On Top 2024 recebeu Vânia Neves, Maria Claudia Souza e Grazielle Parenti
O Women On Top 2024, o maior encontro de lideranças femininas da América Latina, debateu sobre maturidade e carreira no painel "Os 50+: uma jornada de oportunidades", que aconteceu no último sábado, 4. O encontro foi mediado pela jornalista Fabiana Corrêa.
Vânia Neves, global tech business solutions director da Vale; Maria Claudia Souza, diretora sênior de assuntos corporativos e governamentais da Mondelēz Brasil; e Grazielle Parenti, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos da Syngenta para América Latina, também participaram da conversa. Todas deram depoimentos e falaram sobre experiências que podem refletir conflitos e desejos das mulheres 50+ em ambientes corporativos.
Fabiana começou a conversa fazendo uma confissão ao público: ela afirmou que gosta de envelhecer. "Parece que envelhecer foi feito para mim. Eu tenho essa sensação de que eu estou no meu melhor momento aos 49 [anos]", disse.
Em seguida, Fabiana questionou Vânia Neves, que atua na área da tecnologia, sobre a carreira que ela tem hoje e como é ser uma mulher em uma área dominada por "homens e jovens brancos", de acordo com Fabiana Corrêa. Segundo Vânia, ela sempre trabalhou na área cercada por homens e não teve muitas mentoras mulheres. Ela é profissional de tecnologia há mais de 35 anos.
Após 15 anos em uma empresa e já com netos, teve a oportunidade de participar de um processo seletivo da Vale sendo uma mulher 50+. Vânia chegou a questionar se aquela oportunidade realmente era para ela. "Será que eu dou conta?", relembrou.
Coragem e reinvenção
Grazielle Parenti também falou sobre a coragem de mudar e planejar a carreira novamente depois dos 50 anos. Com 30 anos de carreira, ela já mudou de área três vezes e trabalhou em diversos lugares.
Hoje, aos 54 anos, Grazielle tem um objetivo claro: "Eu quero estar nos lugares em que faço a diferença. Se as coisas começam a ficar muito iguais, está na hora de eu fazer a diferença em outro lugar", afirmou ela.
E, para Maria Claudia Souza, a reinvenção sempre foi uma companheira na vida corporativa. "A minha vida me apresentou muitos desafios, no sentido de que eu precisava me adaptar e dar uma volta para chegar ali. Essa realidade é a que me move."
Ela gosta de entender as novidades que surgem no mundo e se adaptar, principalmente, conhecendo o funcionamento da cultura das empresas em que está inserida.
Ao final do painel do Women On Top 2024, Vânia ressaltou que é normal sentir medo em algum momento da vida, principalmente quando se trata de carreira e que, às vezes, a coragem de se arriscar em alguma área surge por causa da maturidade que as pessoas adquirem ao longo do tempo.